De volta à Casa Branca: Trump retorna ao poder em eleição histórica

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi reeleito após vencer a democrata Kamala Harris, garantindo sua volta à Casa Branca em uma eleição descrita como uma das mais disputadas das últimas décadas. Projeções da CNN e da Associated Press confirmaram sua vitória na manhã de quarta-feira, com a conquista de estados decisivos, como a Pensilvânia e Wisconsin. Trump se torna assim o segundo presidente na história dos EUA a retornar ao cargo após um mandato interrompido.

Em um discurso de vitória na Flórida, Trump se dirigiu a uma multidão de apoiadores, prometendo “curar o país” e agradecendo a “honra extraordinária” de ser eleito como “o 47º e o 45º presidente”, uma referência à peculiaridade de sua trajetória política. A vitória foi consolidada nas primeiras horas do dia, após projeções indicarem seu triunfo em estados-pêndulo como Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte.

Trump aproveitou o momento para reforçar compromissos com os americanos, prometendo lutar “por cada cidadão” e afirmar que seu governo trará uma nova “era de ouro” para os Estados Unidos. O republicano também fez elogios a Elon Musk, seu apoiador e, ao que parece, possível integrante de sua futura administração.

Em seu discurso, o ex-presidente relembrou um atentado sofrido durante um comício, enfatizando que sobreviveu “por uma razão”: cumprir sua missão de “salvar o país”. O episódio foi amplamente explorado por Trump e seus aliados durante a campanha, conferindo-lhe um tom quase messiânico e fortalecendo seu apoio entre eleitores mais radicais.

Além de Trump, o Partido Republicano também saiu fortalecido, conquistando o controle do Senado e desferindo um golpe significativo contra os democratas. Em sua campanha, Trump enfatizou a nostalgia de seu primeiro mandato e atacou duramente o governo de Joe Biden, utilizando temas como economia, segurança e a desconfiança em relação ao sistema eleitoral, argumentos que o mantiveram na preferência de muitos eleitores.

A trajetória política de Trump é marcada por transformações: de empresário celebridade na década de 1980 e apresentador de reality shows, ele se tornou líder de um movimento conservador que questiona o status quo. Sua retórica de “drenar o pântano” em Washington e a disposição em criticar até mesmo os líderes de seu próprio partido evidenciam sua visão de uma política de confronto. Em seu primeiro mandato, Trump não hesitou em usar termos polêmicos para se referir a temas como imigração e segurança nacional, o que atraiu tanto simpatizantes quanto críticos.

Os anos na presidência foram intensos e polarizadores. O governo foi caracterizado por iniciativas controversas, como a tentativa de construção de um muro na fronteira com o México e o uso de uma retórica inflamada, que escalou em meio à pandemia de Covid-19 e aos protestos contra o racismo sistêmico. Esses episódios culminaram em uma crise em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, numa tentativa de impedir a certificação da vitória de Biden.

Ainda assim, o apoio ao ex-presidente se manteve robusto, com eleitores priorizando temas como controle da imigração e nostalgia por um período de baixa inflação. Muitos republicanos veem Trump como um bastião contra o que chamam de “esquerdismo radical”, com críticas diretas a figuras democratas como Liz Cheney.

A vitória de Trump, mesmo com seu estilo polarizador, reafirma seu papel como uma figura dominante no Partido Republicano, solidificando sua influência sobre uma base de eleitores que, para muitos, vêem nele a promessa de um país mais seguro e economicamente próspero.

Leila Santos
Graduada em Jornalismo pela Funorte, Leila tem uma sólida trajetória na comunicação, com vasta experiência em diversos veículos de imprensa. Atualmente, faz parte da equipe do Portal Webterra, onde se destaca pela entrega de informações precisas e relevantes, sempre comprometida com a qualidade e a integridade jornalística.