A mpox é um novo nome adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a antiga varíola dos macacos. A OMS decidiu em reunião convocada nessa quarta-feira (14), com autoridades de saúde do mundo inteiro, declarar a mpox como emergência de saúde mundial.
O atual surto da doença é mais preocupante do que os anteriores porque envolve uma nova cepa do vírus. Os especialistas dizem que esta nova variante é a versão mais perigosa e contagiosa já vista até hoje.
No Brasil, já são mais de 700 casos e 16 mortes por mpox notificados em 2024. O Ministério da Saúde convocou uma reunião para discutir a questão. Em nota, o ministério diz que pretende atualizar as recomendações e plano de contingência para o vírus não se propagar no país.
O texto ainda aponta que o governo “acompanha com atenção” a situação da mpox no mundo e monitora informações junto à OMS e outras instituições. “A avaliação é que o evento apresenta risco baixo neste momento para o Brasil”, destacou ao ministério.
A mpox é comum? Em quais países ela ocorre?
A mpox é uma doença causada pelo vírus monkeypox. Esse agente infeccioso pertence ao mesmo grupo de vírus da varíola, embora costume ser muito menos prejudicial. Esse vírus é originalmente transmitido de animais para humanos, no entanto, agora também circula entre pessoas.
Ele é mais comum em aldeias remotas nas florestas tropicais da África, especialmente em países como a República Democrática do Congo. Nessas regiões, ocorrem milhares de casos e centenas de mortes por mpox todos os anos; crianças com menos de 15 anos são as mais afetadas.
Duas cepas principais do vírus circulam pelo mundo. A primeira, chamada de “clado 1”, é endêmica na África Central. Já a “clado 1b”, é uma nova versão da cepa, sendo mais contagiosa e está envolvida no surto atual.
O CDC africano afirma que foram detectadas mais de 14,5 mil infecções e mais de 450 mortes por mpox entre desde o início de 2024 e o final de julho. Isto representa um aumento de 160% nos casos e um incremento de 19% nos óbitos, comparando com o mesmo período em 2023.
Embora 96% dos casos de mpox ocorram na República Democrática do Congo, a doença se propagou para muitos países vizinhos, como: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, onde normalmente não é endêmica.
Uma cepa mais branda de mpox, que pertence ao chamado “clado 2”, já causou um surto global em 2022. Ela se disseminou por quase 100 países, incluindo o Brasil e partes da Europa e da Ásia, onde normalmente o vírus não circula. O surto foi controlado por meio da vacinação de grupos vulneráveis.
Campanhas de vacinação e tratamentos contra mpox são difíceis de acontecer na República Democrática do Congo, sendo assim, as autoridades de saúde estão muito preocupadas com o aumento da doença.
Quais são os sintomas?
Sintomas iniciais:
- Febre;
- Dores de cabeça;
- Inchaços;
- Dores nas costas;
- Dores musculares.
Assim que a febre diminui, geralmente surgem erupções na pele. Elas geralmente começam pelo rosto e depois vão se espalhando pelo corpo, mais comum nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Esses machucados podem causar muita coceira e dor, passando por diferentes estágios antes de finalmente formarem uma crosta, que depois vai cair. Essas lesões ainda podem deixar cicatrizes.
A infecção geralmente desaparece sozinha e dura entre 14 e 21 dias. Em casos graves, as lesões podem atacar todo o corpo, principalmente a boca, os olhos e os órgãos genitais.
Como é a transmissão?
O vírus se espalha por meio do contato com alguém infectado, como:
- Relações sexuais;
- Contato pele a pele;
- Conversa ou respiração perto de outra pessoa que esteja doente.
A mpox pode entrar no corpo através de um ferimento na pele, do trato respiratório ou de olhos, nariz ou boca. O patógeno também pode ser transmitido pelo toque em objetos contaminados pelo vírus, como roupas de cama, roupas e toalhas.
O contato próximo com animais infectados, como macacos, ratos e esquilos, é outro possível caminho de contaminação. Durante o surto global de 2022, o vírus se espalhou principalmente por meio do sexo.
O atual surto na República Democrática do Congo parece estar relacionado ao contato sexual, mas a doença foi diagnosticada em várias faixas etárias.