Nesse último domingo (21), Joe Biden anunciou que desistiu da candidatura à presidência dos Estados Unidos. Ele tinha 77 anos quando conseguiu convencer o eleitorado de que estava bem e venceu as eleições, tomando posse em 20 de janeiro de 2021.
Com o poder, sua capacidade física e cognitiva passou a ser sempre observada. Dois meses após assumir o mandado, ao embarcar em uma viagem à Geórgia, ele tropeçou nos degraus antes de se virar para saudar o público. Em 2022, Biden chamou atenção de apoiadores ao cair de bicicleta e, no mesmo ano, pegou Covid-19 pela segunda vez.
Ele voltou a preocupar o eleitorado com mais frequência nos últimos dois anos. Em junho de 2023, ao se referir ao conflito entre Rússia e Ucrânia, Biden disse que o presidente russo estava “perdendo a guerra no Iraque”.
Nesse período, um conselheiro do departamento de Justiça dos EUA estava investigando o presidente por supostamente ter levado documentos secretos do governo para casa. Interrogado, Biden respondeu mais de cem vezes que não se lembrava, ou que não tinha ideia. Ele não foi acusado por falta de provas.
Mas, segundo o relatório, o presidente parecia um “idoso bem intencionado com uma memória fraca, que tinha dificuldade para lembrar de detalhes”.
Em fevereiro de 2024, Biden chegou a convocar uma coletiva de imprensa para se defender do relatório. Ele disse que sua memória estava “ótima”, mas se referiu ao presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi como presidente do México.
Debate presidencial
Biden e Trump se enfrentaram no debate presidencial no último mês, no dia 27 de junho. Todas as pesquisas já mostravam que a idade do presidente era a principal preocupação do eleitorado.
Durante o debate, o presidente teve dificuldade para articular ideias e responder às provocações de Trump. A imprensa americana não recebeu bem o desempenho do presidente, e começou a pedir a desistência de Biden.
“O melhor serviço que Biden pode prestar ao país é escolher alguém mais capaz”, escreveu o New York Times.
Com a repercussão, Biden se defendeu em um comício no dia seguinte, na Carolina do Norte.
“Eu sei que não sou jovem, para dizer o óbvio. Mas eu sei de uma coisa: eu sei falar a verdade. Eu sei o que é certo e o que é errado. E eu sei, como milhões de americanos sabem, que quando você é derrubado, você se levanta”, disse.
Biden perde apoio de aliados
Novas gafes em uma cúpula da OTAN chamaram a atenção dos principais aliados de Biden. Ao apresentar Volodymir Zelensky, ele chamou o ucraniano pelo nome do inimigo. “Senhoras e senhores, presidente Putin”, disse.
Depois, chamou sua vice-presidente, Kamala Harris, de Trump. “Eu não teria escolhido Trump para ser meu vice, se não achasse que ela era qualificada para ser presidente”, afirmou.
Biden foi perdendo aos poucos, mas de forma consistente, o apoio de seus aliados. O ator George Clooney escreveu um artigo de opinião no “New York Times” que dizia que precisavam “de outro candidato”. Os megadoadores, que financiavam a candidatura do presidente, começaram a congelar as verbas. Além disso, senadores e deputados, candidatos à reeleição, começaram a abandonar a candidatura de Biden com medo de afundar suas próprias campanhas.
Desistência
No último dia 17, após dizer que “cogitaria desistir de candidatura se médicos apontassem alguma condição médica”, Biden foi diagnosticado com Covid-19. No domingo (21), ele anunciou a desistência, já adiantando seu apoio à vice-presidente Kamala Harris.
*Com informações de Fantástico