A cidade de Salinas, no Norte de Minas Gerais, conhecida como a “capital mundial da cachaça”, possui o maior número de cachaçarias registradas no Brasil e é a segunda cidade a obter a chancela de Indicação Geográfica (IG), na modalidade de Indicação de Procedência (IP), no país.
Durante a tradicional festa, que acontece anualmente, a Capital mundial da cachaça, lança uma nova estratégia de reposicionamento de mercado e recebe o apoio do Sebrae Minas.
A estratégia pretende agregar valor à marca e criar diferenciais competitivos por meio da valorização da origem, da qualidade e da história por trás da cachaça da Região de Salinas.
Há 16 anos, o Sebrae Minas iniciou o apoio aos produtores da região com o projeto “Comercialização da Cachaça de Alambique”.
“Salinas é a principal referência na produção de cachaça artesanal em Minas. É a maior produtora do estado em quantidade e a segunda em número de marcas vendidas. Queremos intensificar a fama e a notoriedade conquistadas dentro e fora do Brasil para promover a origem produtora e características marcantes que tornaram o produto único. Além disso, iremos implementar medidas de controle e combate às falsificações para que o consumidor saiba identificar a verdadeira cachaça da Região de Salinas”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Na ocasião, foi feito um levantamento que identificou os principais desafios e gargalos da IG. Com base nesses apontamentos e prioridades, foi criado um plano de ação em conjunto com produtores, Sebrae Minas e a APACS, responsável pela gestão da IG.
“Tínhamos dificuldade em relação ao controle da procedência e do uso do selo. Não conseguíamos rastrear de onde a cachaça realmente vinha, se era da Região de Salinas ou não. Com o apoio do Sebrae Minas, conseguimos um norte que facilitou nosso trabalho. Começamos a refazer desde a parte legal, alinhando o uso da marca da Região de Salinas registrada no INPI, reformulamos processos e colocamos as normativas em dia”, conta o presidente da APACS, Jean Henrique de Oliveira.
Uma das medidas consistia em eliminar distorções do uso da marca coletiva e da Indicação Geográfica. Para isso, será criado um selo de procedência que será adesivado à garrafa. O selo irá conter: a marca original da Região de Salinas cadastrada no INPI, a identificação da Indicação Geográfica (IG), um QR Code e um código numérico, que identifica o produtor e o lote da bebida.
Dentro dos padrões
Para dar ainda mais segurança ao processo de padronização das cachaças produzidas na região, o Sebrae firmou parceria com o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG). O acordo prevê a realização de análises físico-químicas e sensoriais das bebidas para classificar aquelas que seguem os padrões especificados na Indicação Geográfica (IG).
Esses padrões incluem estar dentro do território delimitado pela chancela e possuir as características típicas da cachaça produzida na região. Somente os produtores de cachaça que cumprirem as normas estabelecidas pela APACS, e passarem por visitas de verificação para comprovar que seguem as especificações exigidas, receberão o selo.
Conhecimento
Além da valorização da procedência, o Sebrae tem oferecido suporte gerencial aos produtores da região. A instituição incentiva ainda o consumo da bebida no próprio território, capacitando restaurantes e bares da cidade na preparação de drinks a base de cachaça e frutas da região.
Os produtores da bebida também já participaram de missões empresariais, entre elas, visita a Paraty, no Rio de Janeiro. A cidade foi a primeira no Brasil que teve a cachaça reconhecida com o título de Indicação Geográfica (IG), em 2007.
Durante a missão, os participantes puderam conhecer de perto boas práticas e inovações no processo de produção e trocar experiências e estratégias sobre a promoção da cachaça associada ao turismo e ao comércio local.
Festival
Outra ação do Sebrae é apoiar a participação dos produtores de cachaças de alambique da Região de Salinas em feiras e eventos do setor, como: a Expocachaça, em Belo Horizonte, e o Festival Mundial da Cachaça, que acontece em Salinas.
Nesta edição do festival, as cachaçarias associadas a APACS irão expor e comercializar seus produtos. No stand do Sebrae, haverá degustação e venda de produtos da agroindústria mineira, como cafés, doces, queijos e mel, além do artesanato do projeto Origem Minas. Os visitantes também poderão interagir em uma experiência em 3D que mostra como a tecnologia se conecta aos negócios.
A previsão é que o Festival Mundial da Cachaça, promovido pela APACS com o apoio do Sebrae Minas, receba mais de 30 mil visitantes nesta edição.