Os produtores de arroz do estado do Rio Grande do Sul, através do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), anunciou o fim da colheita de arroz no estado e garante mediante aos números, que não há justificativa para a importação do cereal no Brasil.
A compra emergencial é defendida pelo governo como forma de conter a pressão sobre os preços após as enchentes de proporções históricas no estado. Produtores gaúchos, por outro lado, contestam a necessidade da medida.
O estado é o grande destaque do cultivo de arroz no Brasil, com cerca de 70% da produção nacional. O país consome aproximadamente 10,5 milhões de toneladas por ano.
“Os dados dessa safra comprovam o que o Irga já vem manifestando desde o início de maio, que a safra gaúcha de arroz, dentro da sua fatia de produção no mercado brasileiro, garante o abastecimento do país e não há, tecnicamente, justificativa para a importação de arroz no Brasil”, disse em nota o presidente do instituto, Rodrigo Machado, ao apontar números similares aos da safra passada.
Segundo o Irga, a colheita de arroz termina com uma produção de 7,16 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. Nesta safra (2023/2024), foram semeados 900,2 mil hectares do cereal irrigado. O estado já colheu 94,61% dessa área (quase 851,7 mil hectares).
Na safra anterior (2022/2023), o Rio Grande do Sul plantou quase 840 mil hectares, menos do que na temporada atual. A produção total, porém, foi de 7,2 milhões de toneladas, um pouco acima da atual.
De acordo o Irga. Com as enchentes registradas em maio, os gaúchos perderam o equivalente a 5,22% da área semeada (47 mil hectares), principalmente na região central do estado.
O secretário interino da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, afirmou que os dados trazidos no relatório superam, com uma pequena margem, as estimativas de antes das enchentes.
“O que nos dá segurança para manter o posicionamento de que nunca houve justificativa técnica que comprovasse a tendência de desabastecimento de arroz no Brasil, em função da calamidade pública do estado”, declarou Madalena.
O governo segue irredutível quanto ao projeto de importação do grão. Na quarta-feira (12), o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) criticou o aumento dos preços do produto após a catástrofe no Rio Grande do Sul.
“É fato que estamos diante de um momento excepcional. Reconhecemos que a safra brasileira é mais ou menos suficiente com a demanda brasileira. Portanto, não faz sentido nenhum, ao final da safra, no momento em que os estoques estão postos, ter aumento de preços exacerbados, como tivemos logo após a tragédia, [de] 30%, 40%”, afirmou o ministro.
[Com informações de O Tempo]