Para tentar dar um sentido forte as minhas colunas começo colocando palavras e alguns detalhes que ficam para sempre na lembrança dos leitores.
Inicio esta coluna citando uma declaração de Gabriel García Márquez: “Os escritores têm três vidas: uma pública, uma privada e outra secreta”.
A secreta de Gabriel García Márquez, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1982, foi revelado quase oito anos após a sua morte: ele teve uma filha fora do casamento com uma jornalista e escritora mexicana. A filha se chama Indira Cato.
Em um artigo de Gustavo Tatis Guerra, o grande especialista em García Márquez, assegura que confirmou a informação com familiares do escritor e que a notícia se manteve em segredo durante anos por respeito a Mercedes Barcha, falecida em 15 de agosto de 2020.
Dito isso, vou parafrasear Gabriel Garcia Marques e fazer metáforas como Mia Couto, e usar as fábulas de Urariano Mota, escritor e jornalista, este grande inventor de fábulas.
Como disse Rubem Alves: escrever e ler são formas de fazer amor.
Ele escreve para produzir prazer.
Vocês percebem que as coisas já estão na internet, estão nos livros, no universo e estão por todos os lugares, é só ter a sensibilidade de captar e transcrever.
Vou falar de modo claro ou implícito, concreto ou imaginado sob disfarces como num sonho, a nossa vida secreta foi fazer política.
Desse modo, a vida de Délio, a mais secreta, se tornou pública, que foi seu modo novo de fazer política e ser eleito.
Ninguém percebia que fazemos desde cedo política com arte e literatura e desde cedo já definiamos para onde estaríamos indo. Continuamos avançando em direção ao nosso destino.
Ali secretamente reinventamos uma maneira nova de fazer política.
A gente fazia esse novo jeito pela via da escrita, da literatura.
Também fazia intervenções como visitar bairros onde as pessoas não recebiam nosso tipo de mensagem. Essa é a nossa militância.
No nosso caso, em cada uma de nossas três vidas, a forma de fazer política foi a chave”.
No nosso último encontro, tomamos um café na Paladar, conversamos e lembramos da literatura de Gabriel García Márquez que é melhor viajar pelo mundo, onde falamos sobre as páginas de Cem Anos de Solidão.
Nossa mente voava, de voo mesmo, com o bater de asas que pareciam se agitar no espaço, onde as palavras eram iguais pássaros.
Bem compreendo o novo jeito de Délio de fazer política aderindo ao PDT.
Na adesão de Délio ao centro esquerda há um humanismo luminoso, aquele que narra as pessoas, o seu lugar, a sua terra, o seu bairro, a sua rua, o Sertão, que se faz nosso.
Então voltemos ao momento máximo, de Délio Pinheiro , quando assumiu seu mandato na Câmara dos Deputados: eu queria terminar com esta frase. Gabo dizia: “Não é verdade que as pessoas param de perseguir seus sonhos porque envelhecem, elas envelhecem porque param de perseguir seus sonhos”.