O ator, cantor e compositor norte-mineiro Jackson Antunes, nascido em Janaúba e atualmente na novela Renascer, da TV Globo, será o narrador do documentário sobre a vida e obra do músico e luthier Zé Côco do Riachão, um dos mais genuínos nomes da cultura popular brasileira. A produção do filme, que recebe o título provisório de “Beethoven do Sertão”, que conta a história do músico e luthier Zé Côco do Riachão, será retomada sob a coordenação da professora Andrea Martins, do Departamento de Comunicação e Letras da Unimontes, após quase 30 anos de pesquisa. O trabalho de produção se encontra em fase de seleção, licenciamento e tratamento de imagens de arquivo.
A retomada da produção do filme foi possível graças ao apoio da Prefeitura de Montes Claros, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e do Sistema Municipal de Incentivo à Cultura de Montes Claros (Sismic). O projeto foi aprovado no âmbito do Edital/2017, tendo os recursos sido liberados em 2023 e a produção iniciada em janeiro deste ano, quando foi anunciada a intenção da diretora do filme, Andrea Martins, de selecionar um narrador que interpretasse as falas do próprio Zé Côco sobre passagens de sua vida.
Ela conta que o ator Jackson Antunes sempre foi a opção preferida para desempenhar esse papel e com o auxílio da produtora executiva, Fabíola Versiane, amiga do ator e que se dispôs a intermediar o contato. “Para nossa surpresa, ele aceitou prontamente, pois, sempre teve muita admiração e carinho por Zé Côco e, assim como nós, acha importante esse registro”, relata Andrea.
Segundo ela, a presença do ator na produção foi uma motivação a mais para a equipe se empenhar em tocar o projeto. “Acreditamos que a participação do Jackson Antunes abrilhantará ainda mais nosso filme, já que estamos falando de um grande talento”, avalia.
Jackson Antunes
Jackson Antunes é ator, famoso por papéis de destaque na TV, no teatro e no cinema. Ainda na juventude, desenvolveu o interesse pelo circo e pelo teatro. Mudou-se para Belo Horizonte nos anos 1980 a fim de seguir carreira artística.
Encenou dezenas de peças e também teve um envolvimento com a música no início de carreira. A estreia como ator em novelas foi em Renascer (1993), na Globo, como o jagunço Damião, onde fez grande sucesso. Curiosamente, o ator também faz parte do remake da novela, feito 31 anos após a versão original e que ocupa a grade atual da emissora. Ele também atuou em Memorial de Maria Moura (1994), Irmãos Coragem (1995), O Rei do Gado (1996), entre outras tramas.
Entre os seus papéis mais lembrados, está o violento Léo de A Favorita (2008), que batia na esposa Catarina (Lilia Cabral). Por conta do personagem, o ator chegou a ser agredido na rua. Mais recentemente, fez Império (2014), A Regra do Jogo (2015), Tempo de Amar (2017), entre outros trabalhos.
Zé Côco do Riachão
Nascido na comunidade de Riachão, no município de Brasília de Minas, Zé Côco viveu por muitos anos naquela e em outras comunidades às margens do Rio, razão de tê-lo adotado como nome artístico. Ele viveu também, em Mirabela, a comunidade de São Pedro das Garças, no município de Montes Claros, assim como na sede deste município, de onde se tornou conhecido no país inteiro e também em outros países.
Durante 68 anos, Zé Côco viveu praticamente no anonimato. Foi em meados de 1980, já residindo em Montes Claros, que ele foi revelado ao mundo pelo também artista popular Téo Azevedo. Músico autodidata, Zé Côco deixou gravados três discos com músicas executadas em viola e rebeca, mas também tocava sanfona, violão e outros instrumentos. A crítica especializada foi unânime em considera-lo um verdadeiro achado em benefício de nossa cultura popular.