Na última semana, a professora Marlene de Fátima Ferreira da Silva, da Escola Municipal Jair de Oliveira, no bairro Jardim Eldorado, recebeu o anúncio de sua vitória no Prêmio Educador Transformador 2024. A premiação, realizada pelo Instituto Significare, Bett Brasil e Sebrae, foi divulgada durante uma transmissão ao vivo no YouTube.
O projeto inscrito pela professora Marlene, intitulado “EJA: empreenda sonhos, uma realidade possível”, foi inspirado na necessidade de desenvolver estratégias pedagógicas que valorizassem os conhecimentos prévios e a experiência de vida dos estudantes.
“Para seu desenvolvimento, utilizei uma metodologia voltada às práticas pedagógicas de Paulo Freire, o uso de palavras geradoras para alfabetizar, consciência fonológica, sequência didática, além de músicas, poemas e narrativas que fazem parte do cotidiano”, disse a professora.
Marlene conquistou o terceiro lugar na categoria Alfabetização de Jovens e Adultos (EJA) na etapa estadual do concurso, que é reconhecido como um dos maiores eventos de educação e tecnologia da América Latina.
O projeto concorreu com mais de 3400 inscrições de todo o país, recebendo reconhecimento através de um Certificado Digital e Selo Digital, e agora avança para a etapa regional. O Prêmio Educador Transformador destaca ideias alinhadas à Educação Empreendedora de educadores de escolas públicas e privadas em todo o Brasil, enfatizando suas contribuições para a formação integral dos estudantes.
De acordo com a prefeitura de Montes Claros, no contexto da Educação de Jovens e Adultos, o prêmio busca identificar e divulgar práticas educacionais transformadoras, valorizando os professores que promovem boas práticas de ensino-aprendizagem centradas no desenvolvimento de competências empreendedoras. O processo de seleção ocorre em três etapas (estadual, regional e nacional), com os três finalistas de cada etapa avançando para o próximo nível.
Formada em Normal Superior e Letras-Português, ambos pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a professora Marlene de Fátima Ferreira diz que ser regente da EJA representa uma oportunidade de compartilhar o que aprendeu com alunos muito especiais. “Trabalhar na EJA é como se eu devolvesse para Deus um pouco do que Ele me deu, porque eu também sou fruto da EJA. Fui alfabetizada aos 11 anos de idade e nem por isso eu desanimei, porque eu tinha o sonho de ser professora, e hoje me sinto feliz de poder retribuir um pouco do que aprendi”, falou.
A professora Marlene enfatiza que está ciente das dificuldades, do esforço e do desejo dos alunos de aprender a ler. “Quando a gente não lê é como se não enxergasse. E quando a gente aprende a ler, é como se tirasse uma venda dos olhos”, finalizou.
O Prêmio é um espaço de reconhecimento à criatividade e às transformações impulsionadas por práticas educacionais inovadoras alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
*Com informações Secom Prefeitura Montes Claros
Texto Ana Paula Paixão