A leucemia, embora possa parecer distante para alguns, está mais presente do que imaginamos, e seus efeitos podem ser devastadores se não forem detectados precocemente. Para chamar a atenção da população, neste mês é celebrado o “Fevereiro Laranja”.
De acordo com o médico hematologista Dr. Bruno Cangussu, os principais objetivos da campanha incluem a conscientização sobre o diagnóstico precoce, bem como os sinais e sintomas, além de informar sobre a importância do cadastro para doação de medula óssea, uma vez que o transplante pode ser uma das maneiras de tratamento da doença.
O médico ressalta que a leucemia pode ser considerada silenciosa nos estados iniciais, mas com evolução da doença surgem os diversos sintomas. “Geralmente os pacientes apresentam fadiga, fraqueza, palidez, hematomas, infecções de repetição. Quando são submetidos ao exame de hemograma, o resultado pode revelar anemia, redução da contagem de plaquetas, redução ou aumento da contagem de glóbulos brancos, que são as células de defesa”, explica Dr. Bruno.
O diagnóstico precoce é uma das armas mais poderosas na luta contra a leucemia. Por meio do conhecimento dos sintomas e sinais iniciais, como fadiga inexplicável, febres recorrentes, perda de peso e hematomas frequentes, é possível agir rapidamente e aumentar as chances de tratamento eficaz.
“Temos tido avanços, principalmente no tratamento. Antes os tratamentos eram focados principalmente em quimioterapia, que leva a muitos efeitos colaterais. Hoje, temos medicamentos desenvolvidos para atuar exclusivamente nas células leucêmicas”, esclarece o médico hematologista.
Outro tratamento que o Dr. Bruno aponta é o chamado Car-T Cell. “Conseguimos ensinar as células de defesa do paciente a identificar e destruir as células cancerígenas. Não podemos deixar de lado também o transplante de medula óssea, que muitas vezes é o principal para o tratamento de diversas leucemias e, atualmente, tem surgido novos centros de transplante em todo país”, complementa.
Além disso, a campanha também destaca a importância do registro para doação de medula óssea, tendo em vista que para muitos pacientes o transplante representa a esperança de cura e uma nova chance de vida. No entanto, encontrar um doador compatível pode ser uma jornada árdua e muitas vezes demorada. Portanto, incentivar as pessoas a se cadastrarem como potenciais doadores é fundamental para ampliar as chances de sucesso dos transplantes e salvar vidas.
“Enfrentar o tratamento da doença pode ser desafiador em vários aspectos. O primeiro é o impacto emocional, visto que o paciente tem que lidar com o medo, a ansiedade e a incerteza sobre o futuro. O segundo, o impacto físico, pois o tratamento envolve quimioterapias em alta dose que levam a efeitos colaterais importantes. Não podemos esquecer também do impacto social e financeiro, pois aquela pessoa pode ser a responsável pelo sustento de uma família e sua ausência pode levar a dificuldades”, pontua o médico.
No Brasil, para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso ir ao Hemocentro mais próximo, realizar um cadastro no REDOME e coletar uma amostra de sangue (10 ml) para exame de tipagem HLA.
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O que é necessário?
- Ter entre 18 e 35 anos de idade (O doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade).
- Um documento de identificação oficial com foto.
- Estar em bom estado geral de saúde.
- Não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea.
Texto Ana Paula Paixão