O ex-presidente, Jair Bolsonaro é um dos alvos da operação Tempus Veritatis, realizada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 08 de fevereiro. Bolsonaro recebeu a visita dos agentes da PF em sua casa de praia, na Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Ele foi alvo de uma medida cautelar e, a pedido do ministro Alexandre de Moraes, deverá entregar o passaporte às autoridades em até 24h.
Os agentes estiveram no endereço ligado ao ex-presidente justamente para cumprir a ordem de Moraes, no entanto, o documento não estava em posse de Bolsonaro. A defesa do ex-presidente, feita pelo advogado Fabio Wajngarten, comunicou que o documento requerido pela PF está na casa de Bolsonaro em Brasília-DF e que um ajudante será incubindo de recolher o passaporte e o entregar as autoridades.
Além do ex-presidente, outros aliados importantes também foram alvo da operação que apura a suposta tentativa de golpe nas eleições de 2022. Além de Bolsonaro, os alvos são:
- Valdemar Costa Neto (presidente do Partido Liberal – PL)
- General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional – GSI)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Marcelo Câmara (ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro)
- Filipe Martins (ex-assessor de Jair Bolsonaro)
- General Walter Braga Netto (candidato a vice de Jair Bolsonaro em 2022)
- Almir Garnier Santos (ex-comandante-geral da Marinha)
- General Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira (ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército)
- Tércio Arnaud Thomaz (ex-assessor de Bolsonaro)
Os mandados foram autorizados pelo STF e são cumpridos nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Conforme a PF, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
Investigação
Conforme a apuração feita pela Polícia Federal, o grupo composto por aliados do ex-presidente Bolsonaro agiu em dois diferentes eixos para tentar anular as eleições presidenciais de 2022.
Em uma primeira frente, a Polícia Federal identificou que aliados do ex-presidente construiram e propagaram uma versão fraudulenta sobre as eleições. Essas teorias foram disseminadas na internet e apontavam uma versão falaciosa sobre vulnerabilidades nas urnas eletrônicas – discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022, segundo a PF.
Em um segundo momento, esses aliados atuaram para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
[Com informações de Itatiaia]