Minha proposta de cada coluna é bem visível desde o momento inicial, que é esse momento encantado em que tudo é possível.
O tema é ainda uma semente, já se sabe que árvores, flores e perfume se escondem nele.
Gosto de enaltecer o pensamento metafórico que está relacionado à poesia, à escrita, para, assim, chegar à verdade das coisas.
A poesia e a escrita são lembradas aqui nesta coluna como pontes não apenas para alcançar as verdades, mas também para resgatar a coletividade necessária ao convívio de diferentes povos, das diferentes religiões, partidos políticos e culturas.
O que pretendo no texto é sentir que devolvi à palavra escrita as vozes que o fizeram nascer.
Alguém me disse que o Brasil que ganhou o respeito do mundo, precisa ser representado por alguém que celebra a vida, a infinita diversidade do seu passado e pluralidade do seu presente e do seu futuro.
Esse alguém é Mia Couto, ele disse: dizemos que somos tolerantes com as diferenças, mas ser tolerante é ainda insuficiente.
Tenho um certo fascínio pelas nossas ideias parecidas.
Vivemos geograficamente em lugares diferentes, mas estamos no mesmo palco da vida.
É algo que intuitivamente já sabemos, mas nem sempre nos lembramos: todos as pessoas, não importa onde esteja, têm em comum a sua humanidade e podem conviver bem com os diferentes, e estamos todos integrados por uma linguagem universal: a empatia e o amor.
Historicamente o Brasil ganhou o respeito do mundo por ser um país da diversidade, da pluralidade de raças, das religiões, partidos políticos, etc.
E hoje Lula é Presidente e num encontro com Tarcísio, governador de São Paulo, disse: A democracia é o respeito à diversidade, às diferenças, é a gente aprender a conviver com quem a gente não gosta, a gente respeitar o direito até da pessoa não gostar da gente.
Isso não impede que a gente seja responsável de lidar com as nossas diferenças, e eu quero dizer, governador Tarcísio, eu governei com o Alckmin, com o Serra, e nunca em nenhum momento eu tratei o estado de São Paulo diferente porque ele não pertencia ao meu partido.
Outro dia o Papa Francisco e os líderes de diversas religiões do planeta – judeus, muçulmanos, ortodoxos, anglicanos, budistas e hindus – assinaram no Vaticano, uma declaração conjunta na qual se comprometem a lutar contra a escravidão moderna e o tráfico de seres.
Tanto Lula como o Papa tem demonstrado a capacidade de respeitar os diferentes.
Dito isso, encerro falando que política e religião podem e devem estimular a diversidade e convivência entre diferentes culturas, raças, partidos.
Ter a capacidade de abraçar o outro nas diferenças.