Caros leitores,
Nos dias que antecedem o carnaval, a maior festa popular do país, trago para vocês algumas elucidações a cerca da etimologia deste vocábulo. De origem latina, a palavra evoluiu das expressões: carne valle, carnem levare e carne lavamen, que significam adeus, carne!; adeus à carne ou supressão da carne, respectivamente; pois o evento marca o período que antecede a Quaresma, quando muitos cristãos faziam jejum e deixavam de comer carne até a Páscoa. Nessa esteira, a hipótese mais difundida é: carne vai = carnevalle = carnaval. Coisas da língua!
Diante disso, esta interpretação é mais apropriada para definir o evento carnavalesco, uma vez que, no século oitavo, a Igreja Católica estabeleceu os limites morais para a realização das celebrações, com a criação da quaresma – período de quarenta dias de abstinência e resguardo logo após os excessos de bebida, comida, dança e liberdade sexual -. Por outro lado, registros históricos remetem à idade média em Portugal, em que o termo teria surgido a partir das festas de comemoração do início da primavera na Europa, que aconteciam tanto em Roma como na Grécia, em meados dos anos 600 a.C., onde os gregos realizavam cultos de agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção.
Além disso, havia cortejo marítimo de carros coloridos e enfeitados, e de carros alegóricos em forma de barco. Assim, as expressões latinas currus navalis ou carrus navalis (carro naval, enfeitados) também teriam contribuído para formar a palavra carnaval. Em torno de 590 d.C., a Igreja católica reconheceu o evento como uma manifestação folclórica. O carnaval também é conhecido em Portugal, hoje com menor intensidade, por entrudo, palavra derivada do latim introitus, que significa entrada, começo, marcando a entrada da Igreja Católica na Quaresma.
No Brasil, há registros de mais de mil anos atrás de festejos realizados no início do ano, em que havia uma suspensão temporária dos trabalhos e das hierarquias sociais entre camponeses, artesãos, obreiros, escravos, sacerdotes e governantes. Era comum o uso de máscaras, que além de promover o anonimato contribuíam para uma sensação de liberdade. Em Montes Claros, o carnaval é garantido pela realização de pequenos blocos espalhados por toda a cidade. Para nós montesclarenses, carnaval é momento de alegria e de diversão. Que seja então, festa inclusiva e de paz!
Saudações carnavalescas!