Como foi já dito nesta coluna, esse ano o cinema nacional vem para homenagear ícones das décadas passadas. À título de exemplo, no filme “Nosso sonho” assistimos os meninos da favela do RJ (Claudinho e Bochecha) que ousaram sonhar com uma carreira musical e conseguiram. Na última semana precisamente no dia 02 de novembro, estreou “Mussum, o Filmis”, recorde na bilheteria nacional até o momento.
Porém, na contramão do que ocorre nos grandes centros, parece que Montes Claros não pertence ao território brasileiro, pois quem tem acompanhado os últimos anos os lançamentos de filmes nacionais percebe que muitas produções não vem para os cinemas que temos em nossa cidade. Tenho batido nesta tecla porque não é a primeira vez que temos produções de destaque nacional que simplesmente não chegam para ser exibidas na capital norte mineira.
É frustrante não termos oportunidade de ver grandes cinebiografias de artistas que deixaram um rastro de carisma em nosso país, conquistando uma legião de fãs. Simplesmente nós e nossos familiares não temos oportunidade de assistir. Ficamos de fora. A impressão que se tem é que para os cinemas da cidade ou somos estrangeiros ou então não damos à mínima importância às produções nacionais, o que seria a maior das inverdades.
Teríamos alguma explicação satisfatória das salas de cinema do por quê estamos excluídos de prestigiar as grandes obras nacionais na telona? Haveria algum argumento lógico e convincente?
Vejamos: ainda temos para estrear nesse ano uma das películas mais aguardadas do cinema nacional: “Manonas Assassinas: o filme” (28 de dezembro). A trama promete trazer a nostalgia dos anos 90, que marcou uma geração. A permanecer do jeito que está, corremos o risco de mais uma vez não ver uma produção de relevância exibida nos cinemas.
Isso é muito grave. A impressão que temos é que Montes Claros tem cinemas que não apoiam a cultura nacional. Todos sabemos que uma cidade que marginaliza a cultura do próprio país acaba sem apoio para produções do mesmo viés.
Esperamos que os cinemas da cidade deem o devido respeito e tragam mais produções nacionais para seus catálogos. Quem sabe na próxima coluna poderemos falar sobre Mamonas Assassinas nos cinemas montes-clarenses.