‘Golpe da atendente virtual’ é nova forma de roubar dados bancários; entenda

O telefone toca, o cliente do banco atende e uma voz robotizada diz do outro lado da linha que houve uma tentativa de compra, em valor alto, com o seu cartão de crédito. Em seguida, a suposta atendente virtual pede para o consumidor confirmar, digitando “1” ou “2”, se é ele quem está fazendo aquela compra ou não. Parece verídico, no entanto, trata-se de um novo golpe. O próximo passo dessa ligação é obter dados sensíveis dos usuários, como senhas de cartão, número de CPF, entre outros.

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o truque usa as Unidades de Resposta Audível (URAs) das instituições financeiras, uma tecnologia que permite que os clientes interajam com o sistema de atendimento das empresas, o que passa certa “credibilidade” para facilitar o golpe. Essa é uma variação do “Golpe do 0800”, modalidade em que os golpistas enviam mensagens para o cliente informando sobre uma transação suspeita de valor alto e pedem que a vítima entre em contato para verificar.

No texto da mensagem aparece um número 0800, que supostamente seria uma central telefônica de um banco ou de uma área de cartões de crédito. A técnica, assim como a voz robotizada, é usada para trazer maior credibilidade para a mensagem.

A Febraban alerta que se trata de golpe de engenharia social, ou seja, usa técnicas para enganar o indivíduo para que ele mesmo forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões e, principalmente, induzir a pessoa a realizar transações financeiras para o golpista. De acordo com a instituição, atualmente, cerca de 70% das tentativas de golpes têm origem na engenharia social, e não estão relacionadas com brechas no sistema tecnológico dos bancos.

Como evitar golpes?

De acordo com o diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, o cliente nunca deve fazer ligações para números de telefone (0800) recebidos por meio de SMS ou mensagens de WhatsApp ou Telegram. “Se tiver alguma dúvida, o cliente deve ligar para os canais oficiais de seu banco ou para seu gerente”, alerta.

O diretor esclarece que os bancos ligam para os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca pedem dados como senhas, token e outros dados pessoais. “Também nunca ligam e pedem para que clientes façam transferências ou Pix ou qualquer tipo de pagamento para supostamente regularizar problemas na conta. Os bancos nunca ligam para fazer um estorno de transação através de um telefonema”, informa.

“Desligue se pedirem para digitar senha ou qualquer dado em seu aparelho de telefone. Ao receber uma ligação suspeita, desligue e, de outro telefone, ligue para os canais oficiais de seu banco”, orienta.

Segundo a Febraban, a melhor forma de se proteger de uma tentativa de golpe é a informação. Tanto a Febraban quanto os bancos associados têm investido em campanhas de conscientização e esclarecimento à população. A Febraban disponibilizou um site com dicas importantes para que o cliente se proteja de golpes.

[Com informações de O TEMPO]