A Polícia Civil instaurou um inquérito policial que apura denúncias de um suposto caso de abuso sexual que teria acontecido dentro de um colégio particular, em Montes Claros.
Nessa segunda-feira (25), pais de cinco crianças, entre 3 e 4 anos, registraram um boletim de ocorrência, durante uma reunião com a direção da escola. No boletim, os pais relataram que os abusos foram cometidos por um jovem, de 25 anos, que estagiava na instituição.
Em um vídeo que circula nas redes sociais é possível ver a reunião entre a diretoria e pais de alunos, que ficaram exaltados com a situação.
Segundo a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) que vai começar a ouvir as vítimas e os pais nesta terça-feira (26).
O que diz a escola
Em nota publicada nas redes sociais nesta segunda-feira (25), a instituição destacou que as medidas cabíveis e necessárias foram adotadas e que o colégio vai colaborar com as autoridades competentes para a elucidação dos fatos.
Ao corpo discente, pais, responsáveis, comunidade e à imprensa,
Diante dos recentes acontecimentos que foram divulgados nas mídias, vimos por meio desta esclarecer e tranquilizar a todos os envolvidos e interessados.
Em primeiro lugar, queremos assegurar que as medidas cabíveis e necessárias foram adotadas. Foi redigido um Boletim de Ocorrência, no qual estão descritas todas as versões dos acontecimentos relatados. Estamos comprometidos com a verdade e, por essa razão, disponibilizamo-nos integralmente para colaborar com as autoridades competentes na elucidação dos fatos.
Nosso educandário, ao longo de quase três décadas, sempre pautou sua atuação em princípios e valores cristãos. A missão da nossa instituição é e sempre foi oferecer uma educação de qualidade, centrada no respeito, na integridade e no amor ao próximo, estendendo esse comprometimento a todos os alunos e famílias que nos confiam a formação de seus entes queridos.
Entendemos a preocupação de todos diante das notícias divulgadas, mas reforçamos que a transparência e a justiça sempre fizeram parte do nosso código de conduta.
Reiteramos o nosso compromisso com a verdade e com a formação de cidadãos Íntegros, e pedimos a confiança de todos para que, juntos, possamos encontrar a verdade.
Atenciosamente,
Colégio Batista Nova Canaã
A defesa dos pais e responsavéis pelos alunos da instituição de ensino também se possicionou a respeito do caso.
O Colégio Batista Nova Canaã não cumpriu a sua obrigação legal de comunicar imediatamente ao Conselho Tutelar a suspeita de crime praticado contra crianças, previsto no art. 70-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como não fez qualquer comunicação das suspeitas às autoridades competentes para investigar o caso.
Em nenhum momento o Colégio Batista Nova Canaã ofereceu apoio psicológico e jurídico às crianças e aos seus pais, buscando tão somente evitar que o caso se tornasse público e gerasse algum tipo de prejuízo à imagem da instituição de ensino.
Além disso, o Colégio Batista Nova Canaã manteve o suspeito trabalhando na unidade de ensino, no mesmo horário em que as crianças vítimas estudavam, até que referida pessoa concluísse o estágio curricular que realizava na instituição.
No dia 25/09/2023, os pais das vítimas já identificadas se reuniram e acionaram a Polícia Militar, o Conselho Tutelar e o Conselho Municipal de Defesa das Crianças e Adolescentes, para noticiar às autoridades os crimes praticados contra seus filhos, providência esta que, por força de lei, a escola deveria ter tomado desde o dia 06/09/2023.
Na mesma data, o Colégio Batista Nova Canaã convocou reunião geral com os pais de todas as turmas, excluindo da mesma apenas a turma das crianças que já haviam relatado casos de abusos ocorridos, para tratar dos fatos, sem a presença dos pais e mães das vítimas.
Estes pais tomaram ciência da realização da reunião e dirigiram-se à escola, oportunidade em que funcionários do Colégio Batista Nova Canaã tentaram barrar a entrada dos mesmos e ainda ameaçaram acionar a Polícia Militar, casos os mesmos insistissem em entrar no recinto, o que gerou grande revolta de dezenas de pais presentes na reunião.
A delegada da Mulher, Dra. Karine Maia convocou à imprensa para uma coletiva na tarde desta terça para mais informações sobre o caso.
Em atualização