Podemos dizer que somos importantes quando temos a consciência de que estamos neste mundo para fazer melhor a vida do próximo. Quantos de nós já paramos para pensar nas diversas enfermidades que envolvem a humanidade? É perceptível ainda que há muita gente que vive na marginalidade social.
Vejamos que as turbulências que grande parte das pessoas vive poderia ser minimizada se fôssemos ativamente participativos na vida delas. Queremos dizer que a vida daqueles também depende da nossa atitude proativa. Segundo o naturalista inglês, Charles Darwin, “a atenção é a mais importante de todas as faculdades para o desenvolvimento da inteligência humana”.
Por vezes somos voltamos unicamente a nós, sem compreendermos que uma palavra, um gesto, uma atenção direcionada a quem está ao nosso lado poderia evitar muitos males físicos, psíquicos e emocionais.
Não é de se admirar que pensemos ser autossuficientes ou de que em algum momento não somos importantes aos que nos ladeiam. A nossa capacidade de se relacionar e de amar os outros nos leva a inferir que todos nós precisamos uns dos outros. E ainda que alguns não admitam, somos carentes de valores sociais, de carinho, de atenção, de amor e cuidado.
E com nesse entendimento quando não somos saciados com o cuidado que esperamos dos outros, podemos viver frustrados e tornar a nossa vivência de forma inconsciente, uma existência amarga e sem sentido. Por conseguinte podemos passar pela existência sem a valorização do momento presente, porque não queremos nos amoldar aos reveses que estão a nossa frente.
Então tentamos esconder essas mazelas para não ter que pensar nelas, não ter que sentir ou ainda nos emocionarmos com a certeza de que os que estão conosco são egocêntricos, insensíveis e vazios espiritualmente. Madre Tereza de Calcutá nos orienta que “a todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração”.
Pode ser que não sejamos maduros emocional e espiritualmente e por isso, por vezes, não saibamos como nos expressar ao outro. Pode ser que estejamos também vazios e precisemos desses cuidados para podermos nos restabelecer. Por outro lado vale dizer que as ferramentas para nos fortalecermos interiormente estão postas nos livros, nas doutrinas religiosas, nas redes sociais ou nas experiências alheias.
Cabe a cada um garimpar o que lhe falta para então se transbordar e poder através de sua atitude diligente cooperar para o bem dos que necessitam e para o bem próprio. Pois não podemos é claro estar à frente das ideias de transformação humana se nós mesmos ainda não atingimos o nível emocional e espiritual válido para nos empreendermos na busca do outro.
Ainda assim destaca-se que nossa atitude a todo o momento é esteio para nossa vida atual e futura e também é espelho para os que nos rodeiam. Saibamos empreender nossa ação ao bem do outro para que evitemos que aquele se jogue em uma viver obscuro e sem sentido. Pois quando nos fazemos em ação primeira de cooperação mútua evitaremos que muitos vivam no vazio.
Ao contrário, que sejamos mais presentes na vida do outro, para então nos permitir enveredar em um caminho direcionado a conquista-lo para uma vida em humanidade. Tudo isso na certeza da ação voltada ao êxito e ao preenchimento do vazio existencial que alguns ainda podem carregar consigo.
(*) 1º Tenente PM – Comandante da 145ª Cia/10º Batalhão PM.