Já ouvimos falar que as pessoas quando nascem são como tábuas rasas e desenvolvem sua personalidade, seu jeito de ser, uma forma característica de se fazer no mundo. É bem verdade que quando avaliamos tudo isso do seio de nossa casa, entre pessoas com as quais convivemos, nos parece bastante fácil entender.
Por outro lado quando “rompemos a casca” e desbravamos outros ambientes, fatalmente constatamos que não é tão simples assim. E que para sobreviver em um espaço marcado por tantos sentimentos de vivências, sejam boas ou ruins, é preciso ter jogo de cintura para aprender a andar na corda bamba que é habitar nesse universo de diferenças e diversidades.
Oscar Wilde, escritor e poeta irlandês, certa vez afirmou que “viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” Mas afinal no centro de tudo isso quem está certo, qual a melhor maneira de viver, como estar bem em comunhão com todos que nos cercam, existe uma fórmula?
À medida em que experimentamos a vida, desenvolvemos igualmente, ferramentas sobre como lidar com as pessoas. Algumas se expressam com cuidado e tranquilidade, outras são enfáticas e impacientes, outras falam menos.
Existem os que não fazem grande questão de se proclamar, ou os que são adeptos unicamente em doar-se pelo outro. Ao mesmo tempo há os que são narcisos e veem o próximo em último plano. Essa passagem, para cada um, se torna marco e um elo ao modo de agir e perceber a humanidade nas diversas fases da existência.
Vale dizer que também as pessoas não se desenvolvem educadas por si só. Elas precisam de direcionamento, alguém que as conduza e lhes mostre os limites, as referências de como podem chegar e até onde podem ir para minimizar as possibilidades de insucesso, sem cairmos em abismos obscuros.
“A educação do homem começa no momento do seu nascimento; antes de falar, antes de entender, já se instrui”, palavras do filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau. Provavelmente já nos deparamos com pessoas que se demonstram tão bruscamente que nos parecem que sempre querem ser as donas da razão.
Algumas dessas podem não ter desenvolvido a capacidade de escutar e principalmente de ouvir críticas ou o lado do outro. E quando isso acontece, interpretam que estão sendo digladiadas e o conflito é certo!
E nos indagamos não raramente porque há tanta perversidade, tanta crueldade? No cotidiano quantas notícias de famílias se liquidando, de pessoas que se aproveitam da generosidade alheia e cometem atrocidades umas com as outras.
E em alguns momentos de reflexão esquadrinhamos o motivo da maldade se expandir tanto. Percebemos que ganância e o “olhar somente para o próprio umbigo” torna o ser humano mesquinho e sem coração, sem sensibilidade para a compreensão do semelhante.
Infelizmente na maioria das vezes muitos se deixam conduzir pela tirania, pelo descontrole emocional, pela ira e realizam barbaridades que qualquer cidadão benevolente ficaria sem entender o porquê de se fazer coisas assim. “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade”, nos lembra o humanista alemão, Albert Einstein.
Quando abarcamos que cada ser humano é único e que absorve o mundo de variadas maneiras já iniciamos o entendimento de como nos comportar para que sejamos compreendidos. Desse modo ainda podemos interpretar o outro sem ferir o seu ego, sem ferir o seu brio. Isto nos diz que temos que respeitar os limites de cada um.
Por outro lado devemos atinar que em certos momentos a dor é inevitável, contudo sofrer será opcional. Todavia é possível encontrar equilíbrio para seguir uma ideia que nos leve a uma solução aceitável e pacífica, perante os pesadelos que defrontamos.
Por isso que quando a criatura humana desde cedo é exposta a limites educacionais, quando ela é podada como uma árvore no início do seu desenvolvimento, muitos frutos bons ela poderá colher. Aristóteles, filósofo grego, já nos dizia que “a educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.”
Por isso educar é mais do que preciso! Iluminar a vida do outro com boas maneiras é algo nobre! Enquanto estivermos buscando retirar do outro a ira, ao invés de fazer brotar nele a compaixão, a alegria, o entusiasmo pela vida, viveremos propagando discórdia, dor e sofrimento. Por que não transformar a dor em aprendizado para uma vida melhor!