LGBTfobia: primeiros meses de 2023 registram aumento de 21,6% nos casos de violência em Minas

Nesta quarta-feira (28), é celebrado o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, porém os dados de violência no Estado de Minas Gerais é preocupante. Somente nos primeiros cinco meses do ano de 2023, houve um aumento de 21,6% nos casos registrados, passando de 176 no mesmo período em 2022 apara 214.

Entre o ano de 2021 e 2022, o estado registrou uma queda de 3,8% no registro de crimes contra pessoas LGBTQIA+. Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), divulgados nesta quarta-feira (28), foram 458 ocorrências no ano passado, contra 476 em 2021.

A  Sejusp divulgou um Painel de Crimes com Causa Presumida LGBTQIA+fobia  que permite o acesso ao perfil das vítimas e autores, além de detalhes das ocorrências em todos os municípios mineiros desde 2016.

“Apesar dessa tendência de crescimento, vale ressaltar que, hoje, é possível mensurar crimes que sempre foram cometidos, mas muitas vezes eram subnotificados. Campanhas midiáticas de promoção de direitos, bem como notícias de eventos contra a população LGBTQIAPN+, podem incentivar vítimas a buscarem o processo de denúncia formal”, explica a Sejusp.

Cidades mais violentas

A cidade de Belo Horizonte é a que mais registrou crimes contra pessoas LGBTQIA+, com 681 ocorrências entre 2016 e 2023. Apenas em 2022 foram 113 registros, maior número da série histórica. Juiz de Fora vem logo em seguida, com 157 ocorrências no período e 7 apenas este ano.

Tipos de crimes

Os tipos de crimes mais praticados são, injúria, ameaça, lesão corporal, agressão e difamação, a grande maioria deles consumado. As agressões costumam ocorrer no período da tarde e da noite, e maior parte delas acontece em vias públicas e locais urbanizados.

No total, foram oito tentativas de homicídio contra pessoas LGBT+ entre 2016 e 2023. Em 2021 um homicídio foi consumado, em Muriaé, na Zona da Mata Mineira.

Perfil das vítimas e autores

A maioria dos crimes foi cometido por pessoas sem relacionamento com a vítima. A maioria dos autores tem entre 35 e 39 anos. Já entre as vítimas, a maior parte tem entre 24 e 29 anos e se declara parda.

 

(Com informações de Itatiaia)