Considerada uma das doenças mais graves na medicina veterinária, a Cinomose pode acometer cães de qualquer idade, mas os filhotes e idosos estão mais expostos devido à fragilidade do seu sistema imunológico.
O vírus da Cinomose é altamente contagioso e pode afetar vários órgãos do animalzinho. A transmissão ocorre através do contato direto (secreção nasal e ocular, saliva, urina, fezes) e indireto (canil, comedouro, bebedouro e brinquedos). Felizmente, o vírus não afeta outros animais domésticos e nem os seres humanos.
O cão doente precisa ficar isolado dos outros animais da casa. Todo cuidado é pouco, pois não é possível saber precisamente por quanto dura a contaminação do ambiente onde esteve um cachorrinho doente. Felizmente, a limpeza do local com desinfetantes consegue matar o vírus. Já o cachorrinho que esteve doente com a Cinomose, pode transmitir o vírus pela urina por pelo menos 6 meses. Assim, não deixe que ele tenha contato com cães não vacinados nesse período.
Os sintomas são diversos, pois depende do sistema que foi primariamente afetado pelo vírus. De um modo geral, o cachorrinho pode apresentar inicialmente um corrimento nasal e ocular, perda de apetite, apatia, tosse seca ou com catarro, entre outros.
Podemos subdividir a doença em 4 fases. Não há uma ordem para que cada uma delas ocorra, podendo até ocorrer todas as mesmo tempo:
Alterações respiratórias – pneumonia com tosse seca ou com catarro; secreção nas narinas; falta de ar; dificuldade respiratória e febre.
Alterações no trato digestivo – vômitos; enjôo ; diarreia (podendo ter sangue); falta de apetite e dor abdominal.
Alterações neurológicas – vocalização excessiva (o animal chora e grita como se estivesse sentindo dor; mudanças de comportamento; convulsões; contrações musculares involuntárias (tic’s nervosos); andar em círculos; dificuldade ou incapacidade de deglutir alimentos e/ou água; movimentos de pedalagem; paralisia parcial ou total.
Alterações na pele – bolinhas de pus no abdômen; ressecamento e engrossamento da pele do focinho e das “almofadinhas” das patas; conjuntivite com pus e lesões nos olhos.
Para o diagnóstico da Cinomose é necessária uma avaliação detalhada do pet e associada a exames como o hemograma, teste rápido em consultório ou o teste de laboratório – que identifica se o cão está produzindo anticorpos contra o vírus ou ainda o PCR – que busca o material genético do vírus no sangue do animal.
Essa doença tem alta taxa de mortalidade (cerca de 90% dos casos) e morbidade – que são sequelas deixadas após o período agudo, a Cinomose tem cura SIM!
Não há medicamentos que diretamente matem o vírus, assim, o tratamento baseia em dar suporte ao organismo para que o cãozinho consiga se recuperar. É necessário medicar o paciente para combater os sintomas e prevenir o surgimento de infecções secundárias. De acordo com o quadro apresentado, utiliza-se antibióticos, suplementos nutricionais, expectorantes, antitérmicos, colírios, anticonvulsivantes, entre outros.
A fisioterapia e acupuntura são terapias alternativas utilizadas no tratamento das sequelas neuromusculares. Tratamento com células tronco e canabidiol são alternativas inovadores para o tratamento dessa doença tão temida, mas o custo pode ser mais alto.
Para prevenir essa enfermidade tão grave, o tutor precisa estar atento à vacinação do pet, pois as vacinas tomadas quando filhote, precisam ser aplicadas anualmente durante toda a vida do cachorrinho. É importante destacar que as vacinas precisam ser éticas (vacinas importadas) e aplicadas exclusivamente por um médico veterinário. Assim, é garantida a validade do imunizante, bem como a aplicação dentro dos critérios sanitários.
Outro ponto importante é NUNCA levar o filhotinho para andar/passear na rua (leve-o no colo) ou para tomar banho no pet shop antes de concluir o protocolo inicial de 3 doses da vacina Poliviral (V8/V10).
Esteja sempre atendo ao seu cãozinho e a qualquer sinal dessa doença, leve-o ao seu médico veterinário de confiança imediatamente.
Abraço carinhoso da Vet