PF faz operação de busca na casa de Bolsonaro e prende ex-ajudante Mauro Cid

A Polícia Federal faz buscas na manhã desta quarta-feira (3) na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. A operação investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

O ex-presidente não foi alvo de mandado de prisão, mas deve prestar depoimento ainda nesta quarta-feira (3). Os policiais também prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa.

A operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das “milícias digitais” que já tramita no Supremo Tribunal Federal.

“Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, além de análise do material apreendido durante as buscas e realização de oitivas de pessoas que detenham informações a respeito dos fatos”, informou a PF.

De acordo com a PF, inserções falsas no sistema do Ministério da saúde ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, para alterar a condição de imunizados contra a Covid.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, diz a PF.

Segundo os grupos Globo, nesta manhã de hoje algumas prisões  já tinham sido cumpridas, sendo eles, o coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial, o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

Ainda conforme a Polícia Federal, as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Operação Venire

O nome da operação deriva do princípio “Venire contra factum proprium”, que significa “vir contra seus próprios atos”, “ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos”.

(Com informações de Itataia)