O sensacionalismo midiático domina as pautas “jornalísticas”, cria escola, altera comportamento, influencia as conversas e debates e movimenta cifras mirabolantes, causando um dano irreparável à sociedade, neste caso, brasileira.
Um tripé vergonhoso condena a civilização brasileira: o veículo que se qualifica e dá vazão ao sensacionalismo, o anunciante que compra o espaço e o consumidor que gera audiência e por consequência é o capital financeiro que banca o que eu denomino de infortúnio perfeito.
Recentemente, a educação brasileira, um dos eixos sociais mais importantes para formação de uma civilização, foi duplamente golpeada: por atentados de pessoas mau caráter e pelo sensacionalismo inconsequente da mídia.
Claro, algumas situações ocorreram de fato, as vítimas e seus familiares merecem respeito e a justiça deve agir. No entanto, o sensacionalismo não é compaixão e não reduz a dor de uma família e nem pune o infrator, aliás inflama a situação, ouriça a população e estimula outros delinquentes à prática de ataques violentos, além de expor as vítimas.
A própria mídia sabe que o sensacionalismo não traz bons frutos sociais, mas é o que se vende mais fácil, é o que influencia as rodas de fuxico.
Entretanto tem muitas outras formas de gerar valor ao conteúdo e atrair investidor, um dos exemplos mais emblemáticos vem exatamente do esporte mais popular do planeta: o futebol, a sua instituição maior, Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) não aceita que as geradoras de imagens e transmissões deem visibilidade à invasão de torcedores no campo ou confusão/briga nas poltronas/arquibancadas. A imprensa que paga quantia fabulosa para ter o direito de transmissão é vedada a dar visibilidade a atos que depõem contra o espetáculo esportivo. Para a FIFA, os holofotes em quem invade campo ou causa confusão nas arquibancadas estimulam o mau-caráter e o anarquista.
A receita da FIFA é exitosa, tanto é que, o futebol foi reposicionado, deixou de ser amador para ser uma das grande indústrias sem chaminé da contemporaneidade, movimentando quantia estratosféricas com marcas irreverentes nos quatro cantos do planeta. Todavia, orquestrado pela Europa.