A grande indústria a céu aberto que funciona a meia porta

 

Tecnicamente, a recorrente prática do mesmo, não soluciona os históricos problemas nem a defasagem da região (maquiagem não fará gato virar leão)

Do ponto de vista técnico, a região da Serra Geral tem potencial estrondoso, sendo este território uma verdadeira indústria a céu aberto de altíssima competitividade.

Do ponto de vista leigo, capitaneado por conceitos e fracassados métodos de gestores obsoletos desta parte do estado, a Serra Geral é uma região pobre, onde a incidência da pobreza atinge mais da metade da população.

É um paradoxo, tem um hiato neste quadro, mas é uma situação real.

Veja bem, partindo do ponto de vista potencialidade e vocação natural, a região é tão rica que a equipe de branding teria dificuldades em posicionar a marca da Serra Geral, dado o leque de atividades econômicas às quais esse território é competitivo que, inclusive, impõe mercado em qualquer parte do planeta, como por exemplo: fruticultura, pecuária de corte, hortaliças, pequenos animais, cultura, turismo e outros, e agora a força da energia fotovoltaica.

Não, não adianta gestor chiar e transferir responsabilidade aos governos da União e Central!

A região está estrategicamente localizada a 120km do segundo maior entroncamento rodoviário do país, é cortada por uma linha férrea, poderia ter aeroporto bem localizado para se tornar aeroporto internacional de carga, descarga e de passageiros, mas a lambança que foi feita e que insiste em continuar é de dar dó.

Por conta da vocação, a região recebeu Embrapa, Epamig com laboratórios de ponta e capacitados pesquisadores. Recebeu universidades públicas, campus da Unimontes, UFVJM, Instituto Federal com competitivos laboratórios e ainda conta com renomadas faculdades particulares (essa estrutura contempla a ciência e a pesquisa, significa produzir mais com menos e com competitividade).

Falta estrutura? Claro que falta, mas primeiro, seria obrigação fazer uso daquilo que se tem em mãos, até porque, o que se tem é subutilizado ou não é utilizado.

Trazendo para a ótica dos gestores e seus recorrentes e fracassados modelos de gestão, não precisa ir muito longe, algumas indagações levam a uma convicta linha de raciocínio, por exemplo, como a região é percebida? Deixa que eu mesmo respondo, a rica região continua sendo percebida como miserável, os índices dizem isso. Como vivem os moradores dos bairros periféricos? Existe um verdadeiro cinturão de pobreza e uma população quase invisível em se tratando de perspectiva de vida. Sobre estímulo à apropriação das universidades públicas de ensino gratuito (desculpe a redundância)? É óbvio que melhorou, mas o índice é baixíssimo, são mais de 80 mil jovens sem frequentar a sala de aula. Qual índice de inserção social? A resposta anterior responde a este questionamento. Qual o índice de emancipação financeira da família? A incidência da pobreza atinge mais de 50% da população, resposta de fácil conclusão.

Chegamos a outros questionamentos. De quem é a tarefa de tocar o desenvolvimento econômico da região? Governo federal, governo central, prefeito?

A resposta é todos em sinergia.

Mas quem não fez e nem está fazendo o dever de casa?

Não precisa responder.