Um Plano de Desenvolvimento Estratégico aponta para a autonomia municipal, protagonismo dos atores envolvidos e da capitalização dos resultados no próprio município. Com o emprego da política mais do mesmo, ocorre o contrário: crescimento acanhado e com grande segregação social, além de eternizar o município como dependente de fontes externas de recursos.
Depois de implantada a rede de transmissão (linhão), interligando a produção energética da Serra Geral a outros centros, desencadeou-se na região a corrida por investimento em energia fotovoltaica.
Perdidos ou antagonistas, em uma interpretação mais apurada a longo prazo, os gestores rabiscam papéis, sem saber como aproveitar o boom, provocado pela matriz econômica da energia fotovoltaica.
O momento é excepcional, porém sugere PLANEJAMENTO. Mas não é esse planejamento mecânico (que qualquer aspirante faz). Urge a necessidade de a Serra Geral desenhar o seu próprio PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO para 30, 40 anos, aliás já deveria tê-lo, para potencializar as várias matrizes econômicas de grande envergadura que se apresentam na região.
Mesmo com o grande desenvolvimento que desce na Serra Geral, a tônica das administrações municipais segue a mesma de décadas atrás, isto é, mais do mesmo, uma pavimentaçãozinha num pedaço de rua aqui, um serviçozinho ali, uma reformazinha acolá – maioria malfeita, mas, ainda assim, tome divulgação e por aí vai…
O impacto do boom da energia alternativa às pessoas da região é quase que insignificante, ilustra essa asserção o fato de a Serra Geral continuar perdendo jovens para outras regiões em busca de estudo e trabalho qualificado. O quadro dos municípios também não mudou. Todas, todas as cidades da Serra Geral são cercadas por um cinturão de pobreza, ainda, para inteirar a nossa afirmativa, os municípios continuam sendo mantidos por mesada do Governo Federal. E nesse diapasão o quadro não mudará, jamais.
Impressionante, mesmo sendo sede de um boom econômico e possuir um grande complexo universitário, contudo de salas vazias de gente do local, os municípios não se reposicionam, não se divorciam do título de probreza.
Não adianta, sem um instrumento de Planejamento e programação de investimentos e ações institucionais, encadeadas e complementares, que viabilizem alternativas inovadoras alinhadas à matriz econômica é improvável.
Os fatos insinuam que os gestores precisam de um choque de realidade, para garantir a visão de futuroque a matriz econômica está provocando aqui, agora.