A presença da Empresa de Assistência Técnica e Extensão rural (Emater-MG) em mais de 94% dos municípios mineiros vai reforçar as medidas de prevenção contra a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP- vírus H5N1) no estado. As ações são coordenadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA-MG).
Apesar de o estado não ter registrado nenhuma ocorrência de IAAP, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) já mobilizou o Sistema de Agricultura para atuar na frente de prevenção e vigilância contra a doença que afeta principalmente aves domésticas e silvestres.
A primeira capacitação foi realizada virtualmente nesta quinta-feira (5/1), onde os extensionistas da Emater-MG receberam orientações técnicas sobre como proceder mediante a um possível caso de influenza aviária. Os extensionistas também conheceram o plano de vigilância do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A capacitação é resultado do desdobramento da última reunião técnica, realizada em dezembro pelo secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, com o Sistema Estadual de Agricultura, entidades e demais empresas do setor avícola.
A fiscal agropecuária do IMA, responsável pelo programa estadual de sanidade avícola, Izabella Hergot, lembra que a notificação de qualquer caso suspeito pode ser feita na unidade mais próxima, por meio de aplicativo de mensagem do IMA ou pelo Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias (Sisbravet).
“Nós contamos muito com o apoio da Emater para que essa notificação chegue o mais rápido possível ao IMA. Quanto mais rápido o IMA tiver ciência de uma possível suspeita de ocorrência de influenza aviária, mais rápida será a nossa ação para sanar o problema. Então, a gente conta muito com o apoio da Emater que está mais próxima do produtor”, diz.
Veterinária e especialista em avicultura, Josiane Tavares de Abreu contextualizou sobre a doença no mundo, além de reforçar a importância do diagnóstico ser feito em laboratório especializado. “ É importante que o diagnóstico seja feito em laboratórios oficiais credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, reitera. De acordo com gerente do Departamento Técnico da Emater-MG, Milton Nunes, o fato de o Brasil ser o maior país exportador de carne de frango do mundo justifica a intensificação da vigilância nas granjas.
“Nós somos um exemplo na avicultura. A Emater está atenta e sem causar pânico. Nossos colegas da extensão rural estão prontos para ajudar o produtor a fazer a notificação ao Instituto Mineiro de Agropecuária”, assegura. Influenza aviária no mundo A América do Sul registrou aumento dos casos de influenza aviária de alta patogenicidade. Até o momento foram notificados focos da doença em países como Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Chile. Em alguns, limitando-se a aves silvestres e outros atingindo aves de subsistência ou de produção.
Essa é a maior epidemia de IAAP ocorrida no mundo e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais.
O período de maior migração de aves do Hemisfério Norte para a América do Sul vai até abril. Por isso, neste momento, o trabalho que vem sendo realizado é o aumento das ações de vigilância pelo serviço veterinário oficial e órgãos ambientais e o reforço das medidas de biosseguridade pelos produtores, com o objetivo de mitigar os riscos de ingresso e disseminação da IAAP no país. A intensificação das ações de vigilância inclui, por exemplo, a testagem de amostras coletadas de aves de subsistência criadas em locais próximos a sítios de aves migratórias para monitorar a circulação viral, permitir a demonstração de ausência de infecção e apoiar a certificação do Brasil como país livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. Como proceder? Todas as suspeitas de influenza aviária devem ser notificadas imediatamente, presencialmente ou por telefone aos Serviços Veterinários Estaduais ou nas Superintendências Federais de Agricultura. A influenza aviária de alta patogenicidade é caracterizada principalmente pela alta mortalidade de aves, que pode ser acompanhada por sinais clínicos como andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarreia. Produtores de aves devem reforçar as medidas de biosseguridade das granjas, especialmente aquelas para evitar o contato de aves silvestres e de pessoas alheias ao sistema produtivo com as aves de produção. Em relação às infecções humanas, o IMA ressalta que podem ser adquiridas principalmente por meio do contato com aves infectadas (vivas ou mortas) ou ambientes contaminados (secreções respiratórias, sangue, fezes e outros fluidos liberados no abate das aves). Já o risco de transmissão às pessoas por meio de alimentos devidamente preparados e bem cozidos é muito baixo.
[Com informações de Agência Minas]