A simples e simbólica ação de passagem de faixa presidencial, ignorada pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, gerou grande oportunidade de promoção para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O que seria clichê, como mais um cumprimento de um costumeiro ato figurativo, tornou-se numa vitrine planetária para o Governo Lula.
Às vezes, pesou contra o ex-presidente Bolsonaro o seu comportamento divorciado de comportamento de Chefe de Estado.
Os principais veículos da imprensa internacional repercutiram a posse do presidente Lula e discretamente citaram a ausência de Bolsonaro na cerimônia de posse. No entanto, destacaram Lula subindo a rampa do Planalto acompanhado de representantes da sociedade civil, com militantes políticos ao fundo.
Estrategicamente, a atitude do Governo Lula, no ato de recebimento da faixa, foi de promover conversa qualificada com diversos segmentos sociais e, pelo desdobramento do evento, a repercussão foi positiva.
A imagem dos representantes que passaram a faixa
para o presidente foi forte, isso é fato, contudo mais forte ainda foi a
interpretação sugerida pelo conjunto da configuração atiçada pela diversidade.
As imagens dos civis e o presidente Lula foram temas de debates dos principais âncoras da imprensa brasileira e do mundo.
A negativa de Bolsonaro proporcionou ao Governo Lula sugerir agendas cruciais de políticas públicas que estão em alta em nível global e que tiveram atenção acanhada do governo extremista.
A figuração sinalizou com muita ênfase várias políticas públicas que o Estado brasileiro está em dívida com a população, como por exemplo: ambiental – o cacique deu margem não somente à atenção aos povos primitivos, mas também à preservação ambiental; o menino deu margem a interpretação da necessidade de presença do Estado em vários estágios na vida infanto-juvenil do brasileiro; a mulher (catadora – terceira geração), trouxe à discussão a falta de oportunidade de ascensão da família pobre brasileira, lembrando também a disparidade de oportunidade de projeção entre homem e mulher; o jovem com dificuldade de locomoção expõe um Brasil que dificulta a vida dos deficientes, o senhor faz menção ao brasileiro que chega em uma determinada idade e não sabe como ser útil. O fato de a primeira-dama subir a rampa do Planalto com a cachorra Resistência manifestou que o Governo implementará políticas públicas de cuidados aos animais.
O que poderia passar quase que despercebido, caso Bolsonaro tivesse cumprido o simples, acabou sendo uma grande vitrine para o Governo Lula ganhar aparecer e apresentar um cartão de simpatia com o mundo.