Durante o período chuvoso são mais frequentes acidentes causados por animais peçonhentos. Eles ocorrem mais frequentemente com escorpiões, cobras, aranhas, lagartas, abelhas e vespas, que se abrigam em áreas urbanas e rurais, podendo se aproximar de casas, jardins e parques.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), desde 2018 foram registrados mais de 243 mil casos de acidentes por animais peçonhentos, uma média de 48.750 notificações por ano. Em 2022, até o momento, já foram registrados 37.998 acidentes. Entre 2018 e 2022 o estado registrou 366 óbitos, dos quais 66 ocorreram neste ano.
O principal animal relacionado aos óbitos ocorridos nesse período é o escorpiões (177 casos). Os casos envolvendo este animal representam mais de 70% do total das 243.716 ocorrências registradas entre 2018 e outubro de 2022.
A referência técnica de Acidentes por Animais Peçonhentos da SES-MG, Andréia Kelly Santos, explica que os acidentes como esses são classificados como leves, moderados e graves de acordo com o tipo e intensidade de sinais e sintomas apresentados pelo paciente. “A maioria dos acidentes causados por escorpiões, aranhas e lagartas são classificados como leves e não possuem necessidade de aplicação de soro”, afirma.
Em caso de acidentes com qualquer animal peçonhento, a orientação é procurar o mais rápido um atendimento médico na Unidade Básica de Saúde, para avaliação correta. De acordo com Andréia o atendimento é essencial para descobrir o tratamento adequado e se é indicada a administração de soro e qual o tipo de soro recomendado.
“Estes soros antipeçonhentos estão disponíveis apenas em unidades públicas de saúde para que todos os pacientes tenham a mesma oportunidade de atendimento. Estas unidades são comumente chamadas de unidades de soroterapia e estão presentes em alguns municípios de todo o Estado, de acordo com a capacidade de atendimento de cada uma e o número de acidentes que ocorrem nos municípios de cada Unidade Regional de Saúde”, disse.
Como prevenir acidentes com animais peçonhentos
- Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário, use um pedaço de madeira, enxada ou foice;
- Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estes estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local competente para a remoção;
- Inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, pano de chão e tapetes, antes de usá-los;
- Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para orientações;
- Olhar com atenção o local de trabalho e caminhos a percorrer;
O que fazer em caso de ocorrência de acidentes com animais peçonhentos
- Procure atendimento médico imediatamente na unidade de saúde mais próxima;
- Mantenha o acidentado em repouso, deitado e com o membro acometido elevado em relação ao resto do corpo, enquanto aguarda por socorro. A vítima deve evitar correr ou se locomover por meios próprios;
- Caso seja possível, e não atrase a ida do acidentado à Unidade de Saúde, lave o local do acidente com água e sabão, apenas;
- Não tente sugar o local com a boca para extrair o veneno ou amarrar o membro acidentado. Não aplique algum tipo de substância (como álcool, pó de café, ervas, terra, querosene ou urina) no local da ferida. Tais procedimentos não têm efeito sobre o veneno e só aumentam o risco de infecções;
- Procure atentar para a cor e o tamanho do animal causador, pois suas características podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento do agravo.
(Com informações da Agência Minas)