SES-MG intensifica a vacinação de animais e a vigilância para o controle da raiva no Norte de Minas

Foto: Pedro Ricardo/SRS-Montes Claros

Termina nesta sexta-feira, 30, a campanha de vacinação antirrábica que foi iniciada dia 1º de agosto em 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – (SRS). Até o momento, 28 municípios já concluíram a vacinação, contemplando 205 mil 049 animais.

A referência técnica em vacinação contra a raiva na SRS de Montes Claros, Ildeni Meireles entende que, assim como nos anos passados, as secretarias municipais de saúde deverão aumentar o número de animais

vacinados. Neste ano a estimativa é de que a campanha alcance 240 mil animais.
Além do aumento da cobertura vacinal de cães e gatos contra a raiva, nesta quinta-feira, 29, a Superintendência Regional de Saúde conclui a terceira e última etapa de curso sobre vigilância e controle da transmissão da raiva. Os trabalhos foram iniciados em 2020, mas por causa da pandemia da covid-19 as atividades foram paralisadas e retomadas em maio deste ano, envolvendo a participação de coordenadores municipais de controle de zoonoses e referências técnicas de endemias de 54 municípios.

Na última etapa do curso iniciada nesta terça-feira, 27, estão sendo abordadas questões relativas a primeiros socorros; controle, prevenção tratamento e manejo de pacientes vítimas de acidentes com animais peçonhentos; e noções de segurança em cavernas, onde profissionais de controle de endemias e de zoonoses podem atuar na captura de morcegos para a realização de exames para identificação de animais acometidos pelo vírus da raiva.

Nas duas primeiras etapas do curso ministradas em maio e julho deste ano, as referências técnicas da SRS, Mílton Formiga e Amanda de Andrade Costa abordaram questões relativas à vigilância epidemiológica da raiva nas zonas urbanas e rurais; a vigilância ambiental por meio da implementação de pesquisa de animais reservatórios; vacinação de cães e gatos domésticos, bem como de pessoas. Na parte laboratorial os profissionais de saúde foram capacitados quanto à coleta e envio de amostras para o diagnóstico da raiva.

Com aulas práticas ministradas no Centro de Controle de Zoonoses de Montes Claros – (CCZ), os profissionais de saúde desenvolveram ações específicas para as atividades de acompanhamento de animais sob suspeita de terem contraído raiva; procedimentos de eutanásia; coleta de material para pesquisa da doença; cuidados nos procedimentos de coleta, armazenamento e identificação de materiais; georreferenciamento para atividade de bloqueio vacinal; levantamento e análise de indicadores de saúde com dados específicos de cada município.

No Brasil, entre 2010 e 2021 foram registrados 39 casos de raiva humana transmitidos por diversas espécies animais (cães, gatos, macacos e morcegos). No entanto, o número de notificações em que o morcego é o animal agressor tem aumentado.

DESCENTRALIZAÇÃO

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes explica que a partir do término da capacitação de referências técnicas dos municípios a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG) vai ampliar a descentralização das ações de vigilância e controle da raiva. O objetivo é agilizar aos trabalhos de prevenção e controle da doença, levando-se em conta que neste ano já foram capturados em Montes Claros seis morcegos com o vírus da raiva. Além disso, no município de Indaiabira um gato foi diagnosticado com a doença.

“A circulação do vírus serve como evento sentinela, o que exige maior atenção das secretarias municipais de saúde quanto à vigilância, intensificação das ações de vacinação de cães e gatos e coleta de materiais para exames laboratoriais”, observa Agna Menezes.

Atualmente, dos 54 municípios que compõem a área de atuação da SRS somente Montes Claros consegue desenvolver todas as ações de vigilância e controle da raiva. Por isso o município é considerado Área de Raiva Controlada – (ARC).

A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós–exposição ao vírus. A doença é transmitida às pessoas pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais.