Sal da Terra: do Sal-gema ao Lítio

Imagem: Divulgação

Salinas celebra 135 anos.

Em um momento, o Rio era um vale tranquilo.

Gameleiras, jatobás e aroeiras, lançavam sombras na grande extensão de água rio abaixo.

As águas beijavam cautelosamente as margens das minas de sal-gemas.

Os pássaros procuravam comidas nas margens e águas salgadas do Rio.

Daí um povo adormecido acordou de seu sono lá na Europa e veio para as terras dos povos tradicionais, para exploração do minérios abundante nestas paragens dos povos originários.

A partir daí começo uma viagem pela história de Salinas, rebuscando fatos lá no seu nascedouro.

Juntando peças de um grande quebra-cabeça, com histórias e fatos narrados pelos moradores de Salinas, para escrever este texto.

Isso aconteceu por volta de 1554, quando o desbravador Francisco Bruzza Espinosa partiu de Porto Seguro/BA e percorreu toda essa região do Norte de Minas, chegando até o Jequitinhonha, Rio Pardo, Serra das Almas, Itacambira etc.

Um século depois, em 1663 o famoso Conde da Ponte, por concessão de sesmaria, iniciou a ocupação desta região.

Por volta de 1698, o bandeirante Antônio Luiz dos Passos estabelecia uma fazenda de criação de gado às margens do Rio Pardo, e daí percorreu toda essa região, a procura de riquezas.

Numa dessas incursões chegou às margens de um rio pouco caudaloso e encontrou ricas jazidas de sal-gemas, produto precioso por ser oficial naqueles ermos. Os índios que habitavam esta região eram os Tapuias da Nação G.

Felisbello Freire, no seu livro “História Territorial do Brasil”, registrou a primeira concessão de uma sesmaria no município de Salinas em nome do Capitão Inácio de Souza Ferreira em 16/01/1734, cujo nome era sitio que se chama São José.

Em petição datada de 05/04/1830 o Capitão Mor Theodoro de Sá e sua consorte, declaram que são donos e proprietários da fazenda “Pé da Serra” (Matrona), que a mais de noventa anos eram donos dessas terras através de inventário, conforme escrituras na era de 1735.

A Câmara Municipal de Minas Novas/MG, em 30/04/1830, respondia a uma informação de sua Majestade Imperial, dizendo que “o povo da Fazenda da Salinas ergueu uma Casa de Oração sem licença do prelado e sem provisão imperial em 1828”.

Em 20/08/1833 era emancipado o distrito de Rio Pardo, pertencente a Minas Novas/MG, e o distrito de Salinas era incorporado ao município de Rio Pardo.

Em 24/12/1838, era realizado um recenseamento, onde habitavam no Arraial de Santo Antônio de Salinas, 248 pessoas.

Em 15/02/1855, Dona Ana Maria de Araújo, proprietária da fazenda Ribeirão, doou um pedacinho de terra para que nela fosse construído um cemitério coberto com casas precisas para este fim.

Pela Lei n° 730 de 16/05/1855, eleva a Freguesia o distrito de Santo Antônio de Salinas do município de Rio Pardo.

Lei n° 2725 de 18/12/1880 – Assembleia Legislativa Provincial de Minas Gerais.

artigo 1° – fica elevado à categoria de Vila o Arraial de Santo Antônio de Salinas, devendo a mesma ser instalada, depois que seus habitantes houvessem oferecido à província os edifícios com as acomodações necessárias para a câmara, cadeia e escola de instrução primária.

§ 1° O Município desta Vila ficará pertencendo à Comarca de Grão Mogol/MG e terá todos os ofícios de justiça criados por Lei Federal

As lideranças locais indicaram os senhores Antônio dos Anjos da Silva Sobrinho, o professor Ramiro Ramires de Almeida Lopes e o padre Benício José Pereira, para dentro do prazo de 3 (três) anos preparar e organizar o Arraial para se transformar em Vila, obedecendo às exigências da Lei.

Em 18/12/1880, eram incorporados ao novo município os distritos de Águas Vermelhas, Pajau (Cachoeira de Pajeú), Catinga (Pedra Azul), e posteriormente Bom Jardim das Taiobeiras (Taiobeiras).

Realizadas as eleições, 19/01/1883 sob a presidência do presidente da Câmara Municipal de Rio Pardo, Conrado Caldeira foram diplomados e empossados os sete vereadores:

Antônio dos Anjos da Silva Sobrinho (presidente)
Onofre Valente Franco (vice – presidente)
Carlos Dias Torres
Donério Pereira Araújo
Luiz Ferreira Monteiro
Modesto José Silva
Avelino Ferreira Almeida

Em 04/10/1887 pela Lei 3485 a Vila de Santo Antônio de Salinas foi elevada a categoria de cidade. Em 14/071891 sob a presidência da Câmara Municipal, era aprovado o estatuto do município de Santo Antônio de Salinas.

Em 16/06/1892 era instalada a Comarca de Santo Antônio de Salinas, sendo o nosso primeiro Juiz de Direito o Dr. Francisco de Assis Freitas e o nosso primeiro promotor de justiça o Tenente Coronel Rebeldino Pinto Coelho..

Em 07/09/1923, é mudada a denominação de Santo Antônio de Salinas para SALINAS / MG, e no ano de 1932 tomou posse o nosso primeiro prefeito municipal (nomeado), Dr. Clemente Medrado Fernandes.

A evolução urbana da nossa cidade, tem apresentado significativos progressos, acompanhando a dinâmica da vida moderna e em decorrência dos constantes empreendimentos de nossa municipalidade, nas últimas décadas, surge agora o lítio.

O show de abertura da festa na cidade fica por conta do cantor Eduardo Costa