O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em comício realizado na Praça da Catedral, em Montes Claros, lamentou a volta da fome no Brasil. Afirmou que o país, maior produtor de carne do planeta, não pode continuar assim, com pessoas na fila do açougue em busca de osso para a sopa ou comendo carcaça de frango, pescoço e pé por não ter dinheiro para compra peito de frango ou sobrecoxa. Lula esteve na cidade nessa quinta-feira (15), ao lado de Alexandre Kalil, candidato ao governo, e Alexandre Silveira, ao Senado.
“As pessoas quando não comem vão ficando com o rosto sofrido, porque a fome é feia. A fome é dolorida e eu sei o que é a fome porque fui comer pão pela primeira vez com 7 anos de idade. E eu sei o que que é uma mãe de manhã levantar com vontade de dar um bom café para seu filho e não ter, de dar almoço e não ter”, lembrou.
O ex-presidente também disse que é preciso acabar com a violência contra a mulher no Brasil e garantir direitos para que todas tenham a liberdade de fazer o que quiserem.
“Nós precisamos acabar com a violência contra a mulher nesse país. A mulher não pode ser tratada como objeto de cama e mesa, a mulher não pode ser tratada ganhando menos que o homem, fazendo a mesma função. A mulher não nasceu só para lavar louça, arrumar cama, lavar banheiro, e cuidar do marido, não! A mulher nasceu para fazer o que ela quiser”, declarou.
Antes do comício, Lula concedeu uma entrevista coletiva no Hotel Dubai, onde disse que, caso seja eleito, na primeira semana de mandato, reunirá com todos os governadores do Brasil, independente do partido, para compreender a real situação política, econômica e social de cada estado.
“Para que a gente possa recuperar a harmonia e fazer esse país voltar a funcionar como funcionava no tempo que eu fui presidente. Eu acho que o Brasil tem que voltar a normalidade”, prometeu.
Também falou de sua relação com Minas Gerais. “O estado de Minas Gerais é o que eu mais visitei. Posso até dizer pra vocês que tem governadores de Minas Gerais que não viajaram pelo estado o tanto que eu viajei desde os anos 1980, quando viajei com o sindicato para construir o PT”, destacou.