“Mais de 360 milhões de cristãos sofreram “forte perseguição ou discriminação” devido a sua fé”. (Jornal R7 janeiro de 2022).
A informação não é do mês atual, porem pela gravidade está mais recente que o café que tomei hoje pela manhã. Recebemos a todo tempo noticias assim, basta parar de olhar as futilidades encontradas na internet e se interessar um pouco mais pelos assuntos reais.
“A perseguição atingiu níveis recordes, em um contexto de crise sanitária mundial, chegada ao poder dos talibãs no Afeganistão e horror para os cristãos vítimas dos extremistas islâmicos na África subsaariana”, disse Patrick Victor, diretor da ONG para a França e a Bélgica, em uma coletiva de imprensa em janeiro 2022.
E cada vez mais este tipo de assunto me preocupa, não por ser cristã, e sim por saber que começa assim, e depois vai piorando para todos, independente da sua religião ou crença.
Muito se fala de intolerância, é uma das palavras mais pesquisadas na atualidade na internet, exatamente porque abrange vários assuntos.
O homem é guiado pelas suas crenças e religião, quando se quer dominar uma população, uma das primeiras coisas é destruir todo tipo de culto a fé, uma, de muitas estratégias utilizadas para dominar as terras invadidas pelos colonizadores. Exatamente porque uma pessoa sem fé acredita em qualquer coisa, o terreno está limpo.
Então, acredito que todos tem o direito de acreditar naquilo que o fortalece para o bem, por isso o ser humano é tão especial, somos diferentes uns dos outros, de forma alguma devemos aceitar qualquer tipo de perseguição religiosa. Devemos nos posicionar com relação ao que esta acontecendo no mundo, se não, nossos filhos vão sofrer muito, na verdade, já está sofrendo. Quando chega da escola chorando porque alguém falou algo referente à sua cor, seu idioma, posição social e religião.
Diálogo, tolerância e respeito. É com esses objetivos, que foi criado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, no Brasil. Professor aposentado do Departamento de Ciência da Religião e docente convidado do Programa de Pós-Graduação na mesma área na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcelo Camurça, explica que a intolerância é um fenômeno que atravessa os séculos e se dá pelo fato de uma religião, diretamente vinculada ao poder estatal, econômico e político, perseguir outras crenças.
Durante muitos anos, homens gananciosos veem fazendo mal uso o nome de Deus, para fazer suas perversidade e atingir seus objetivos. O típico lobo em pele de cordeiro.
Quero, na verdade, deixar aqui um alerta para as pessoas. Independente da sua opinião religiosa, você deve se manifestar, porque todas as religiões são perseguidas, oprimidas e torturadas, e se nada for feito chegará uma época, em que tornaremos marionetes nas mãos de torturadores. É necessário trabalhar mais o amor ao próximo e o respeito as diferenças de opinião, trabalhar mais as raízes culturais com as crianças e trabalhar também a empatia.
Assim, daqui a alguns anos não veremos tantas igrejas e templos, destruídas pelo fogo, estou falando aqui de todas as religiões, todas.
Igreja atacada por extremistas intolerantes no Sri-Lanka, mais de 150 mortos e 400 pessoas feridas.
A melhor religião é aquela que contribui na formação de uma personalidade saudável, que nos permite habitar neste mundo ruidoso, sem sucumbir a ele. Vivemos, hoje, uma exposição aos ruídos incessantes, do trânsito, da televisão, dos celulares, das tagarelices, das gritarias, das fofocas, das desavenças políticas na internet e nos espaços públicos. Assim, a melhor religião é aquela que nos “blinda” contra a baixeza humana, com sua tendência neurotizante, que nos segrega e joga uns contra os outros, evocando mais covardia do que coragem para viver em sociedade.
Aliás, meu povo, para Jesus, Buda, Confúcio e outros iluminados, a melhor religião é aquela que constitui a antítese da miséria da alma, que proporciona o gosto pela vida, o senso de ternura e a capacidade de desfrutar dos relacionamentos humanos, com tranquilidade e simplicidade, baseada na confiança Divina.
E fecho aqui, com uma resposta que durante um intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, Leonardo Boff perguntou a Dalai Lama: “Santidade, qual é a melhor religião?” O teólogo esperava que ele respondesse: “É o budismo tibetano ou as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo.”
Respondeu ele: “Aquilo que te faz mais compassivo, aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável (…) A religião que conseguir fazer isso de ti, é a melhor religião (…).”
Espero, sinceramente, que o quadro atual de perseguição religiosa chegue um dia ao fim, para que nossa liberdade não seja ceifada também.