As ruas de Montes Claros se transformaram em um grande palco com demonstração da cultura, religiosidade, música e muita alegria. A 181° edição das Festas de Agosto e 42º do Festival Folclórico, seguem movimentando a cidade. O evento faz um resgate das matrizes africana, portuguesa e indígena, responsáveis pela formação do povo norte-mineiro.
Na manhã deste sábado (20), se apresentou o Império Divino Espírito Santo. Partindo da Praça Dr. Chaves, em frente ao Automóvel Clube, o cortejo percorreu as ruas centrais da cidade, rumo à Igreja do Rosário.
O Imperador, Caio Ribeiro e Souza, fala da alegria de poder participar dos festivos.
“É uma satisfação imensa poder participar de uma festa tão linda e importante como esta para nossa cidade. Estou mantendo uma tradição de família e me sinto honrado”, expressa.
Maria Queiróz, conta que o seu primeiro contato com a festa foi aos 7 anos de idade, e desde então ela sempre acompanhou a tradição, levando seus filhos e agora netos.
“Eu nasci nesse meio da cultura e tradição. E participar deste momento tão importante hoje demonstra fé, cultura e religiosidade, para não deixar morrer a tradição de mais de 181 anos”, observa.
Durante todo o percurso, os catopês, marujos e caboclinhos enfeitaram as ruas da cidade, esbanjando cores, danças e muita fé. A grande multidão que parou para ver o desfile ficou emocionada, já que após a pandemia da covid-19, esta é a primeira realização do evento na cidade.
Para a professora, Janaína Lopes, é muito importante a população prestigiar e ajudar na preservação das nossas raízes culturais.
“Eu desde novinha já acompanhava os desfiles com os meus pais, exatamente para não deixar morrer a tradição. Espero que eu possa sempre vim ajudar a incentivar e preservar nossas tradições”.
Em seu primeiro festejo após a morte de Mestre Zanza, considerado o grande fomentador da centenária festa, o seu filho, Júnior Zanza, destacou que os três grupos estão com muita fé e devoção, para prestigiar e continuar fazendo essa festa com a população.
“Esse primeiro ano sem meu pai não é fácil, mas eu vejo em todos os participantes a imagem dele refletida. Estamos felizes e vamos fazer uma linda apresentação”, conta.
Sônia Pimenta Santos, 56 anos, professora e artesã, também é filha de mestre Zanza. “Por não aceitarem mulheres no grupo, eu participava cuidando do meu pai, que já estava com a saúde debilitada. Agora é o primeiro ano que participo no cortejo. Foi uma promessa feita a ele, antes de sua morte. Participar mostra o legado que ele deixou, com o terno idealizado por ele”, observa.
Os festejos continuam até este domingo, 21, o encerramento ficará por conta do Grupo Fitas e da atração nacional e velho conhecido das Festas de Agosto, Saldanha Rolim. As apresentações culturais são gratuitas.