Um grupo liderado pela Sociedade Rural se reuniu, nesta terça-feira (13), na sede da Amams, em Montes Claros com o Procurador-Geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, para reforçar o pedido para viabilização da Barragens de Congonhas, projeto que regularizará a vazão do Rio Verde Grande, dando suporte a inúmeros projetos de irrigação na área da fruticultura, produção de grãos e capineiras, no Norte de Minas.
“Já apresentei toda proposta ao Procurador numa visita, em Belo Horizonte, mas decidimos montar um grupo mais técnico e menor para que possamos apresentar os benefícios. A partir de agora vamos criar o MOVIMENTO CONGONHAS, unindo forças políticas, empresariais, associações e a sociedade para que possamos mobilizar os atores que podem realmente atender a essa demanda que impulsionaria o desenvolvimento regional, reduziria a pobreza e aumentaria a arrecadação”, explicou o Presidente da Rural, José Moacyr Basso.
O líder classista reforça que nesta região semiárida os efeitos benéficos serão sentidos por essa obra, pois a escassez hídrica e a má distribuição dos índices pluviométricos é que fizeram essa área do Estado de Minas Gerais pertencer ao semiárido nordestino.
No documento apresentado ao Jarbas, constam os seguintes benefícios com a implantação de Congonhas: Será um reservatório estratégico, que atenderá vários municípios ribeirinhos e poderá atender também Montes Claros; Transformará essa região em um pólo turístico e muito favorável a piscicultura; Em suma, atenderá a Bacia do Rio Verde e, consequentemente, do Rio São Francisco e irá também beneficiar o Vale do Jequitinhonha, tanto na água para uso humano e animal, como também dar suporte à irrigação, com água de excelente qualidade.
Para o presidente do Comitê da Bacia do Verde Grande, Flavio Gonçalves, Congonhas tem um localização única em função da sua geologia, propícia para a instalação da referida barragem. As características favoráveis já foram apontadas e aprovadas pela ANA e chanceladas pelo Comitê de Bacia do Rio Verde Grande.
“Então foi um ano atípico de chuvas, tivemos ótimos índices pluviométricos. A nossa região tem um diferencial, especialmente onde será implantada Congonhas. Se pegarmos um mapa de fertilidade do solo no Brasil, o Vale do Rio Grande tem as melhores terras do Brasil. Temos a possibilidade de fomentar a agricultura irrigada sem custos maiores. Só na agricultura irrigada, é estimado algo próximo de 35 a 30 mil empregos diretos, com a implantação do barramento”, encerrou Flávio.
Ele e Soter Magno, secretário de meio ambiente de Montes Claros, servidor aposentado da Copasa, acreditam que o custo total da Barragem atualizado é de R$ 450 milhões. O secretário destacou que Congonhas é fundamental para o desenvolvimento dessa região.
“Não é só para o abastecimento de água da cidade de Montes Claros, mas sete cidades circunvizinhas que estão com problema de abastecimento de água no período da seca. Muitos fatos estão resolvidos, Montes Claros resolveu agora. Porque o prefeito Humberto Souto fez uma negociação muito importante e inteligente, mas o processo é garantido até 2030. A água de Congonhas seria uma água para completar esse abastecimento. A Copasa já gastou dinheiro do Ministério da Integração. Cerca de R$ 100 milhões, onde eu fui fiscal dessa obra. Se não sair Congonhas, vai ficar dinheiro jogado fora”, falou Sóter.
Representando o Prefeito Moises, a Assessora Jurídica de Itacambira, Maria Tereza Hermisdorf, explicou que a construção da barragem é um sonho antigo do Município, pois além de garantir o abastecimento da região, serão gerados empregos e o turismo local será impulsionado de maneira significativa.
“O turismo é o maior patrimônio de Itacambira, pois contamos com belíssimas cachoeiras, grutas, igreja tombada, dentre outros. Dessa forma, sem sombra de dúvidas, Congonhas influenciará de forma direta e indiretamente para o desenvolvimento de toda a região”, encerrou Maria Tereza.
O que disse o Procurador
Segundo Jarbas, ele já teve acesso ao documento apresentado pela Sociedade Rural. O Procurador garantiu que iria fazer a leitura durante a viagem ao Norte de Minas, que faz nesta semana. Ele reforçou que é da região e que conhece as suas carências.
“Todos nós que somos do Norte de Minas temos noção das carestias, dos problemas, da pouca água que tem na região, das necessidades do povo do norte de Minas. No caso específico de Congonhas está nitidamente que é uma obra importante para região hoje, não só pra Montes Claros. O Governador com certeza tem conhecimento desses fatos e da necessidade de não apenas Jequitaí, Berizal e Congonhas. Nós do Ministério Público podemos auxiliar é trabalhar junto com o Governo, com a sociedade no sentido de facilitar os processos, observando a legislação”, evidenciou o Procurador.
Para ele, os recursos recuperados não são do Ministério Público, são recursos públicos.
“O dinheiro que foi desviado e recuperado volta para os cofres públicos para investimentos nas áreas sociais. Obviamente que nós temos uma opinião em casos específicos. E essa opinião pode ser para canalizar os recursos pra cá, para o Norte de Minas. Isso depende muito da iniciativa do governo. Nós estamos atentos, fazendo, trabalhando junto com o Governo do Estado”, finalizou.