Menos de um mês após o fim do estado de calamidade pública no Brasil, indicadores da pandemia no país voltaram a subir e dão indícios de que uma quarta onda da pandemia possa estar a caminho, a exemplo do que já ocorre nos EUA, na África do Sul e na vizinha Argentina. A cobertura vacinal, porém, dá esperanças de que um eventual novo aumento de casos não seja acompanhado por igual alta de mortes, diferentemente dos momentos mais dramáticos da pandemia.
O biólogo Átila Iamarino, que ficou famoso desde o começo da pandemia por suas lives de análise sobre o cenário epidemiológico, fala em uma “onda silenciosa”, após o que ele chama de “lua de mel” da pandemia, o momento de baixa de infecções desde março. “A gente tem um vírus que muda, que pode escapar da imunidade e agora ele volta a infectar as pessoas. Mas, como temos uma imunidade prévia, não temos Covid com sintomas. Grande parte dos infectados agora terá sintomas mais leves, vai achar que está com uma gripe que vai durar uma semana ou duas”, explica, em sua live mais recente.
Os casos no Brasil voltaram a passar de uma média móvel de 18 mil nessa semana, apesar de os dados mais recentes, de cerca de 15 mil casos, demonstrarem estabilidade, enquanto a média de 113 mortes ao dia está em crescimento — ainda distante da média de mais de 300 óbitos registrada no início do ano. Em Minas Gerais, os casos em acompanhamento, ou seja, de pessoas infectadas neste momento e ainda não consideradas curadas, saltou de 63,3 mil para 94 mil pacientes em um mês.