O mundo e o Brasil andam tão complexos que apenas um poeta com formação em Serviço Social não pode explicar o momento atual sob o ponto de vista da guerra, ameaça a democracia e a paz, mas também em relação a toda a sua dimensão humana.
A nação alegre, festiva e mestiça de repente se revelou um pouco brutal, cruel e má.
Nós trocamos uma relação entre brasileiros, agradável, alegre por uma verdade crua, explícita por um certo ódio frontal horroroso, sem pudor, sem empatia com o outro.
Falo do Brasil atual, o país agora não se preocupa mais em construir pontes com o mundo.
A minha apreensão eu transformo em escrita.
Não é possível gerir um país somente dinamitando pontes e construindo muros.
Admito que estou revendo minhas opinião: era difícil ter uma atitude racional sobre o Brasil porque eu era apaixonado pelo País e pelo povo brasileiro.
Depois, fui percebendo que essa ideia era um pouco idealizada, e não correspondia aquilo que pensava.
Hoje vejo um lado mau do povo Brasileiro.
Tento através da escruta humanizar novamente o leitor.
A grande violência no Brasil não é pegar em armas, aprender atirar. A grande violência foi deixar de ouvir o outro, desumanizar, transformar o diferente em inimigo.
Aos poucos vou tendo a certeza de que, como diz a canção, o Brasil reconhece a queda, se levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.
Seguimos atentos, apoiando a democracia, a liberdade, o amor pela diversidade, o respeito pelo outro.
Estamos com o Brasil que aprendemos a amar e que não queremos perder.
Não ao ódio, sim à democracia!
Sim à democracia, não ao ódio!