Máscara de pano: saiba por que elas protegem menos contra a variante Ômicron

Imagem: Internet/Ilustrativa

O avanço do número de infecções por Covid-19 causadas pela variante Ômicron demonstra a necessidade de medidas de proteção mais eficazes, assim como o uso de máscaras melhores. Para evitar a contaminação pelo coronavírus, a indicação é utilizar os equipamentos com maior nível de filtragem. Por isso, a recomendação é que modelos de pano devem ser vistos como a última opção durante a pandemia.

Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont e membro do Observatório Brasileiro de Covid-19, comenta que a escolha da máscara ideal depende dos riscos que você está exposto. Nesse sentido, ele recomenda escolher equipamentos com a maior eficiência possível e que consigam se adaptar bem ao formato do seu rosto, evitando espaços de saída do ar. Por isso, máscaras de acrílico não são boas opções.

O pesquisador destaca outro ponto importante, o nível de filtragem do ar que uma proteção pode proporcionar. Ele indica evitar máscaras de pano porque são feitas com um material que protege menos e permite a passagem de partículas.

Apesar disso, as máscaras de pano ainda podem ser úteis em último caso. O especialista considera que esse tipo de equipamento ainda pode ser usado em ambientes ao ar livre e com poucas pessoas por perto.

“Para um local mais perigoso, como um transporte público, com tudo fechado e cheio de gente, a máscara de pano não é a melhor opção atualmente. Ainda mais quando temos uma variante tão transmissível quanto a Ômicron”, afirma Mori.

O membro do Observatório Brasileiro de Covid-19 explica que os mecanismos de transmissão do coronavírus não mudaram com a Ômicron. “As máscaras melhores continuam protegendo igualmente com relação a todas as variantes. A questão é que, com maior transmissão, você tem uma maior chance de acabar se expondo a alguém que está infectado”, declara.

De acordo com o pesquisador, a melhor opção nesse momento são as máscaras do tipo PFF2/N95 que passam por uma certificação que comprova a eficácia em proteger contra o vírus.

Outra boa alternativa é a KN95, equivalente chinês da PFF2. O problema, segundo o pesquisador, é que estão sendo falsificadas e não se pode comprovar a sua validade em todos os casos.

Máscara e vacinação

“As vacinas são muito boas para evitar casos graves, hospitalizações e até óbitos. Mas elas têm uma eficácia um pouco menor para prevenir a infecção sintomática em si”, explica Mori.

O cientista diz que a variante Ômicron diminuiu consideravelmente o nível de proteção contra as infecções. “Nesse momento de maior circulação do vírus, seria importante continuar com o uso da máscara. Especialmente em ambientes internos, onde elas se tornam fundamentais, dando preferência para sempre para a PFF2”, declara o pesquisador.

Duas máscaras

Para Mori, usar duas máscaras é uma boa recomendação caso as alternativas melhores, como a PFF2 e KN95, não sejam acessíveis. “Lembrando sempre que quando a gente fala em utilizar duas máscaras é uma cirúrgica por baixo, que filtra bem, e uma de pano bem ajustada por cima para cobrir os vazamentos da versão cirúrgica. Não é exatamente qualquer duas máscaras que vão funcionar tão bem”, ressalta.

[Com informações de Metrópoles]