Atualização: após duas semanas, entorno do edifício interditado em Montes Claros é liberado

Vizinha ao Edifício Roma sofre com furto após interdição de prédio. Foto: Mauro Miranda/Divulgação

A tarde dessa terça-feira (23), foi de novidade sobre o caso do Edifício Roma. Comerciantes e moradores próximos da edificação, em Montes Claros, no Norte de Minas, tiveram autorização do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil para retornar ao local. Há duas semanas o prédio foi interditado por risco de desabamento. Mas os residentes do Edifício Roma continuam impedidos de voltar e não existe nem previsão sobre quando poderão ocupar novamente os apartamentos. O trânsito na região também foi liberado.

O Corpo de Bombeiros anunciou durante entrevista coletiva ainda ontem no final da tarde a permissão para a volta dos moradores à área ao redor do prédio. Conforme os militares foi  emitido um laudo, assinado por um perito independente, que atestou a estabilidade da estrutura. O especialista foi contratado pela Construtora Turano, responsável pelo edifício, atendendo a uma recomendação do Ministério Público Estadual (MPMG). Os bombeiros informaram também que o Roma continua sendo monitorado quanto à “inclinação”, “prumo” e evolução de rachaduras, admitindo que a área poderá ser isolada novamente se ocorrer “alguma mudança” em relação ao risco de desabamento.

Também nesta terça-feira, o promotor Felipe Gustavo Gonçalves Caires, da Promotoria de Defesa do Consumidor de Montes Claros, recomendou que a Defesa Civil do município faça uma vistoria técnica em todos os prédios construídos pela mesma construtora nos últimos três anos, para aferir a estabilidade das estruturas. A vistoria deverá ser concluída dentro dos próximos 15 dias.

O comandante do 4º Comando Operacional dos Bombeiros (COB) de Montes Claros, coronel Júlio César Tóffoli, afirmou que a liberação para a “vida normal” no entorno do Edifício Roma somente foi possível porque o laudo emitido pela perícia independente atesta a segurança e estabilidade do prédio. “A partir de hoje, com o respaldo no laudo de segurança, a gente não vê a necessidade do isolamento tal qual vinha sendo feito. A gente acredita que a vizinhança (do edifício) já pode retomar suas atividades normais”, declarou o comandante dos bombeiros.

Ele destacou que o laudo da perícia independente é “conclusivo” e atesta a segurança da edificação e que o risco iminente (de desabamento) não existe mais. Mesmo assim, ele assegurou que não há previsão sobre o retorno dos moradores aos apartamentos do edifício. “Terão que aguardar os reparos na edificação para verificar se podem ou não voltar para os apartamentos”, afirmou.

Uma das ações realizadas para garantir a estabilidade do prédio foi a colocação de escoras metálicas, instaladas até pelo menos o 12º andar do edifício. Para realizar o serviço de escoramento, foi necessário a retirada dos móveis dos apartamentos.

O onel Júlio César disse que a corporação, junto com a construtora, realizará um monitoramento diário do prédio em relação aos riscos de desabamento. “O Corpo de Bombeiros e a empresa continuam monitorando diariamente situações estruturais como trincas e inclinações. Se houver uma mudança na questão da segurança, a gente vai atuar novamente e, se for necessário, tomar as mesmas medidas de isolamento”, pontuou.

O coronel Júlio César Tóffoli alegou que não compete aos bombeiros entrar na parte técnica sobre as possíveis causas da interdição do prédio. Destacou que a função da corporação é garantir a segurança e tranquilidade dos moradores.

“O que nos dá essa segurança é o trabalho que foi feito desde o dia do sinistro até hoje e a participação de uma empresa independente, inclusive foi uma exigência do Ministério Público. Então todos os requisitos foram cumpridos por essa empresa independente e é um laudo técnico, um laudo pericial. Toda essa situação nos deixa em uma condição de segurança para permitir que a população retorne aos seus lares e retome a sua vida. Se houvesse uma dúvida, uma questão que fosse, a gente não estaria tomando essa medida de liberação das residências.”

[Com informações de Estado de Minas]