Coluna Saúde da Criança: pediatria, muito além de tratar doenças

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Desde que a Pediatria passou a existir como campo de conhecimento e profissão, as crianças e os adolescentes têm estado no foco da atenção dos homens e mulheres que praticam a medicina. A história registra ao longo dos séculos a oferta de diagnósticos e tratamentos por médicos para povos de todas as idades, inclusive os mais jovens. No entanto, como especialidade médica a pediatria é um campo relativamente novo da medicina, tendo surgido há pouco mais de dois séculos.

Criado em 1880, o termo “pediatria” tem origem na junção de duas palavras gregas: paidos (criança) e iatreia (processo de cura). Os primeiros centros médicos de atendimento especializados nessa população foram criados no século 19, na Europa.

O pioneiro foi o Hôpital Des Enfants Malades (Hospital das Crianças Doenças, em francês), que abriu as portas em 1802. No Estados Unidos, a novidade aportou em 1855, na Filadélfia. Nesse período, destacaram-se nomes com dr. George Frederic, médico inglês que escreveu Desordens e Doenças Comuns das Crianças, e dr. Abraham Jacobi, alemão que emigrou para os EUA e é considerado o pai da pediatria em América.

No Brasil, em 1910, alguns médicos se organizaram numa associação que deu origem à centenária Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que, a partir de então, tem atuado como a representante máxima dos interesses da especialidade no País.

Assim, os pediatras, ou como diriam os gregos “aqueles que curam as crianças”, têm ao longo da história do mundo e do Brasil desempenhado seu papel, com o máximo de zelo e rigor, nas diferentes faces da assistência: promoção de comportamento saudáveis, prevenção de doenças e diagnóstico e prescrição de tratamentos.

No Brasil, após formação específica em Residências Médicas (que pode durar de dois a três anos) ou da aprovação em exame de títulos promovida pela SBP, o pediatra surge como o médico mais capacitado e qualificado para entender toda a complexidade e as nuances que envolvem as fases da vida de um indivíduo do nascimento até os 19 anos de idade. Tem importante participação, também, na consulta de terceiro trimestre para esclarecimentos diversos à gestante sobre o bebê vindouro.

Os pediatras – e todos os profissionais que lidam com crianças e adolescentes – sentem prazer genuíno ao lidar com eles e suas famílias e buscam o desempenho de suas tarefas com competência, prazer, habilidade, segurança, paciência e empatia, contribuindo de fato para estes indivíduos.

Desse modo, esses especialistas assistem seus pacientes e seus familiares com técnica e humanidade, respeitando suas características e peculiaridades, estimulando o autocuidado, a resiliência e a capacidade crítica para reflexão. Importante destacar que não há fórmula única para o adequado acolhimento dessa população. Na consulta pediátrica, o médico muda de atitude, a depender da idade do paciente. Uma consulta de um recém-nascido é diferente da de um pré-escolar e da de um adolescente.

Por isso, o pediatra precisa estar a par e conhecer os interesses e habilidades das diferentes faixas etárias. Para tanto, é necessário sensibilidade e dedicação para realizar a comunicação adequada com o paciente e seus familiares.

Cabe ao pediatra responder pelo cuidado dos pacientes não só para tratar as doenças, mas também para preveni-los e orientá-los na busca de práticas de uma vida saudável, como alimentação adequada, vacinações, atividade física, leitura e estímulo à autoestima e enfrentamento de dificuldades escolares, sociais e sexuais.

Além dos cuidados com a saúde, os pediatras também têm papel fundamental no suporte ao aleitamento materno, na adesão às campanhas de vacinação, na prevenção de acidentes, na prevenção à obesidade e aos sintomas da violência, bem como na defesa de políticas e ações do Governo com foco na população pediátrica.

Atualmente, há cerca de 37 mil pediatras em atividade no Brasil. Quem é pai, mãe ou responsável por uma criança ou adolescente pode contar com o apoio de cada um deles para assegurar o desenvolvimento físico, mental e emocional das novas gerações.

Toda criança e adolescente deve ter um pediatra que o conheça e o acompanhe nos seus processos de crescimento e desenvolvimento! É importante ouvir o que eles têm a dizer nas consultas, tirar com eles todas as dúvidas sobre o que se relaciona à saúde dos mais jovens e seguir suas recomendações.

Por isso, esses pediatras – homens e mulheres – merecem todo o respeito e valorização por parte dos gestores e da população pelo que representam para o país, como agentes efetivos em defesa da vida e do bem-estar daqueles que serão responsáveis pelo futuro da Nação.