Jornalista do Norte de Minas tem série de reportagens vencedora no Grande Prêmio CNT 2023

Imagem: Câmara dos Deputados/ Internet

A série de reportagens “Raio-X das mortes no trânsito: onde mais acontecem, quais são as causas e como podem ser evitadas”, de autoria do repórter norte-mineiro do Estado de Minas,  Luiz Ribeiro e dos colegas Mateus Parreiras, com a participação dos repórteres fotográficos Edésio Ferreira e Leandro Couri, conquistou o Grande Prêmio da 30ª edição do concurso  Prêmio CNT de Jornalismo, uma das principais premiações do segmento no país, promovida pela Confederação Nacional do Transporte.

O trabalho recebeu a maior nota da comissão julgadora entre reportagens de veículos de todo o país inscritas nas categorias Jornalismo Impresso, Áudio, Vídeo, Fotojornalismo e Transporte e Meio Ambiente. A série, publicada entre março e agosto deste ano, mostrou uma abrangente radiografia dos riscos e da violência nas estradas brasileiras, apresentando causas e apontando caminhos para frear a carnificina nas rodovias, a partir de entrevistas com representantes de órgãos e entidades do setor e especialistas.

Foram realizadas consultas de diversos estudos e recolhimento de dados,  e para isso os repórteres do Estado de Minas percorreram por muitas estradas para documentar riscos enfrentados por motoristas e pedestres. Também registraram emocionantes depoimentos de pessoas que perderam parentes e amigos nas tragédias e de brasileiros que precisam encarar o perigo do asfalto diariamente.

A primeira reportagem da série mostrou mapeamento exclusivo sobre pontos mais mortais das rodovias do país, apontando armadilhas letais escondidas em locais como curvas e trevos. O diagnóstico foi feito a partir do processamento de dados dos acidentes georreferenciados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre janeiro de 2020 e janeiro de 2023, compilados sob orientação de especialistas em transporte e trânsito.

O estudo mostrou que o ponto com mais perdas de vidas na malha rodoviária brasileira fica no Km 406 da BR-010, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. O segundo, na Rodovia Fernão Dias (BR-381), no Bairro de Jaçanã, Zona Norte de São Paulo. Dos pontos mais mortais nas estradas brasileiras, três estão em Minas Gerais – dois deles na BR-251, a mais mortífera do estado por esse critério, e a que tem maior concentração de pontos críticos. Equipes de reportagem percorreram e documentaram riscos em outras estradas federais que cortam o estado, como o trecho da BR-381 conhecido como “Rodovia da Morte”), a BR-040 e a BR-135.

Houve também a participação de ciclistas no Brasil, mostrando que, ao mesmo tempo que aumenta a mobilidade sobre duas rodas, crescem as perdas de vidas nesse tipo de deslocamento. Segundo especialistas, a probabilidade de um ciclista morrer no trânsito é oito vezes maior do que a do condutor de um carro.

“A vitória no Prêmio CNT é o reconhecimento do valor do bom jornalismo, feito com dedicação e esforço por toda equipe do EM”, avalia o repórter Luiz Ribeiro. “Para mim, em especial, a premiação mostra também o resultado da persistência”, acrescenta o jornalista que já foi finalista em seis edições do prêmio.

[Com informações de Estado de Minas]