Novo golpe do PIX deixa empresários em alerta no Norte de Minas

Criado para facilitar a vida dos brasileiros , o PIX que é um modo de pagamento eletrônico instantâneo em real, oferecido pelo Banco Central do Brasil à pessoas físicas e jurídicas, que funciona 24 horas, ininterr uptamente, sendo o mais recente meio de pagamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro. O Banco Central (BC) anunciou o Pix, como um novo sistema de pagamentos instantâneos, que mudou a forma de fazer transferências e pagamentos em todo o país. Com a promessa de ser rápido, barato, moderno, seguro e acessível a toda a população, o lançamento do Pix teve enorme repercussão. E era de se esperar que uma das maiores  inovações  do setor bancário das últimas décadas gerasse dúvidas e problemas à altura da novidade. A ferramenta  é, também, uma importante oportunidade para o Brasil reduzir a necessidade do uso de dinheiro em espécie em transações comerciais e diminuir os altos custos de transporte e  logística de cédulas, que totalizam cerca de R$ 10 bilhões ao ano.

Aqui no Norte de Minas, tal modalidade virou uma ferramenta perigosa nas mãos de “estelionatários” e golpistas. Sobremaneira, em Montes Claros, empresários relatam inúmeros prejuízos decorrentes de golpes com a ferramenta de pagamentos PIX, como agendamentos de pagamentos que não são efet ivados, cancelamentos e até falsificação de comprovantes, o que gera além de insegurança, inúmeros prejuízos, dificultando a vida dos empresários que pensam em optar por não mais receber pagamentos através da ferramenta. Em uma churrascaria em de Montes Claros os prejuízos somam mais de R$ 2.000,00 (dois mil reais) apenas em um levantamento apontado pelo financeiro da empresa. Segundo a empresária Eliana Figueiredo, uma cliente falsificou comprovantes de transferência via Pix ao fazer o pagamento, porém ao fazer o fechamento do caixa o funcionário percebeu que o valor não havia entrado na conta da empresa, e, ao fazer um levantamento mais detalhado, foi constatado que outros clientes haviam praticado o mesmo golpe, além de agendamentos que não foram concluídos, levando ao prejuízo que, segundo a empresária, trouxe inúmeros transtornos para a empresa, não somente pelos valores perdidos mas também pelo constrangimento gerado. “É um sentimento de impotência, diante de algo que parece não ser imputável, sem saber se tem como resolver, se há punição, se tem um ponto de partida. A princípio, a gente se sente perdida, sem saber por onde  começar, mas já  estamos tomando as devidas providências. Fizemos um boletim de ocorrência e já mudamos a nossa política interna, pix agora é SOMENTE NA MAQUININHA. O prejuízo é real! E o alerta que fica é o de ter muita atenção e cuidado. Os golpistas não param, então devemos estar sempre atentos”, destacou a empresária.

Um levantamento da Associação Brasileira de Bancos (Febraban) com base em números do Banco Central aponta que o Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. Desde 16 de novembro de 2020, data em que a ferramenta começou a funcionar no país, foram 26 bilhões de transações  feitas no sistema financeiro nacional e a movimentação chegou a R$ 12,9 trilhões de reais.

Segundo a Advogada Dra. Priscila Aquino, que também atua em ações de fraudes financeiras, o empresário tem amparo legal ao sofrer o golpe que é tipificado como crime. “Para prevenir que o seu negócio sofra com os Golpes do Pix, é indispensável que algumas práticas sejam implementadas. Primeiramente, recomenda -se que o estabelecimento comercial adote o recebimento do Pix por Qr Code na máquina de cartão, pois essa  é  uma opção mais segura para quem vende e também para quem compra, uma vez que há como garantir  que  a transação seja concluída, através da geração do comprovante de pagamento direto na máquina, com o envio do valor diretamente para a conta bancária vinculada à chave informada. Mas se por alguma eventualidade  a empresa não possa receber por esse meio de pagamento, é importante que após a afirmação de conclusão do Pix pelo cliente, o proprietário deverá imediatamente abrir o aplicativo ou Internet Banking da sua insti tuição financeira e verificar o extrato. Se o valor não constar dos recebimentos, poderá constatar que se trata de uma fraude. Contudo, se ainda assim o empresário cair em um golpe do Pix, é necessário que documente o ocorrido, pois é natural que, ao longo do tempo, detalhes e a ordem dos acontecimentos possam ser esquecidos. Em um primeiro momento, capture uma imagem da tela (print screen) exibindo as conversas do dispositivo (celular ou computador), é importante evitar bloquear ou denunciar o contato do golpista imediatamente pelo WhatsApp,

pois isso poderá ocultar a conversa e impedir que você faça a captura de tela. Descreva, em um relato cronológico e com o máximo de informações que puder, a sequência dos eventos que levaram ao golpe. Posteriormente, registre um Boletim de Ocorrência (B.O.) do golpe, incluindo no relato toda a documentação  do passo anterior, sendo o registro fundamental, pois é por meio dele que a Polícia conduzirá a investigação do seu caso. Registre também uma reclamação no Banco Central do Brasil (Bacen), uma vez que as reclamações sobre os serviços oferecidos pelas instituições supervisionadas pelo Banco Central ajudam no processo de regulação e fiscalização do sistema financeiro. Por fim, acione um advogado de sua confiança, pois você poderá entrar com uma ação judicial para recuperar o prejuízo sofrido por vias legais”, afirma a Advogada.

O Pix já está totalmente incorporado ao dia a dia do cidadão brasileiro, do pequeno empreendedor até aos grandes negócios. Vários sites de comércio eletrônico e lojas de departamento já estão usando o Pix, como também na feira, na pequena loja da esquina e as próprias pessoas físicas, que são os maiores usuários do Pix. Com o surgimento de novas modalidades de golpes, a ferramenta criada para facilitar a vida dos usuários acaba virando uma perigosa arma ao acesso de todos.