Coluna Sal da Terra: avós que me inspiram a escrever

Daniel Antunes 103 anos com sua netinha Lívia, 8 meses

Enquanto eu regressava à Lagoinha,me vinham à lembrança as velhas palavras de meu velho avô Zé Santiago: – o tempo e os versos são irmãos gêmeos, nascidos do ventre do poeta.

E eu acabava de descobrir em mim uma vocação que não haveria nunca de morrer.

“Tá vendo aquela estrada, ela guarda meus segredos e mistérios com muito carinho”.

Esta vila é Lagoinha, que tem como padroeira Santa Ana, avó de Jesus, onde moraram meus avós por toda vida.

É pra lá que fui nessa quarta-feira, 26 de julho, celebrar o Dia dos Avós.

Durante a viagem, fui pensando em Daniel Antunes, 103 anos e nossa netinha Lívia de 8 meses, filha de Vitor Santiago e Gessica Antunes.

É ele, centenário guardião contador de estórias, ligando o novo ao velho, estabelecendo as pontes necessárias para que a ordem se mantenha e os destinos se cumpram.

A palavra e escrita de Daniel garantem a preservação da identidade cultural da família.

É por isso que ele é uma das figuras mais recorrentes na representação literária regional.

Fui revivendo o que meus avós geralmente representa em nossas vidas.

Eles tem as seguintes funções dentro da minha narrativa : é um dos principais agentes culturais dentro da família e reúne a experiência e o passado cultural. Atua, assim, como memória coletiva e como memória cultural.

Sua sabedoria mistura com a ciência e tecnologia, com a natureza, as tradições, as crenças, os costumes isto é, um conjunto de conhecimentos e valores das culturas transmitidos de geração para geração pela oralidade. (BORNHEIM apud PADILHA, 2007, p. 21).

Seu conhecimento atua sempre na educação das crianças e jovens, cuja função é dar prosseguimento aos valores e saberes do grupo familiar.

Aí que entram as figuras de Lívia, 8 meses de vida e seu avô, Daniel Antunes Jr. , 103 anos de vida, credenciados ao processo de inscrição e candidatura no Guinness World Records.

Para brindar minha coluna veja a publicação deste centenário avô: SALVE O DIA DO VOVÔ. Este avô centenário também tem os seus dias de glória. Com efeito, a Géssica e o Vitor se abalaram de Salinas, no Norte de Minas, trazendo a netinha Lívia e todo o encanto dos seus oito meses de vida, para celebrarmos a efeméride em nossa casa de Lourdes, que abriu suas portas para recebê-los festivamente, com alegria e muito amor. Louvado seja Deus. Daj Gessica Antunes Vitor Santiago

Mas você sabe a origem da data?

O dia 26 de julho foi escolhido para celebrar o Dia dos Avós por referência à comemoração do dia de Santa Ana e São Joaquim, que, segundo a tradição da igreja católica, são pais de Maria e avós de Jesus Cristo.

Apesar de 26 de julho ser uma data reconhecida e celebrada em todo Brasil, o Dia dos Avós não é feriado nacional. Apenas as cidades em que Santa Ana e São Joaquim são padroeiros tem o dia 26 de julho como feriado.

De acordo com um estudo realizado pela Academia de Oxford durante dezenove anos, as crianças que conviveram mais tempo com os avós demonstraram menores chances de apresentar quadros de ansiedade e depressão na vida adulta.

As crianças que participaram do estudo desenvolveram também maior capacidade de empatia, respeito e índices mais elevados de criatividade.

Os avós que participaram do estudo e que cuidaram dos netos apresentaram melhor qualidade de vida e bem-estar. Além disso, os avós que conviveram mais com as crianças da família demonstraram menores chances de sofrerem com doenças cognitivas.