‘Arraiá em casa’: empreendedores inovam durante pandemia para garantir venda de alimentos típicos das festas juninas

As tradicionais festas juninas não serão realizadas este ano devido à pandemia do coronavírus. Para não deixar “passar batido”, os microempresários têm apostado na inovação para dar sequência nos negócios e vender os quitutes típicos da época. Um dos pontos em alta é ganhar consumidores por meio das plataformas digitais e a modalidade delivery.

Pensando nisso, a confeiteira Denize Miranda, passou a investir e empreender neste período de isolamento social. Ela criou o “Arraía em Casa”, com kits individuais e também para toda a família como forma de manter as comemorações no conforto de casa. As guloseimas são colocadas em potinhos etiquetados com a marca, que vão dentro da embalagem.

“Nesse kit vai comidas tipicamente de época junina: arroz doce, canjica, pamonha, mingau de milho verde, uma bandejinha de cocada e pé de moleque. Além disso, o kit acompanha pratos salgados como vaca atolada, paçoca de carne de sol, pipoca e cachorro-quente. Todos em embalagens individuais”, conta.

Atuando há alguns anos na área gastronômica, mas de forma tímida, ela disse que teve o suporte da filha para ajudar a expandir e divulgar os produtos, nas redes sociais e no delivery.

“Com a pandemia, pensamos em voltar e inovar com esse kit porque é a oportunidade que a pessoa tem de fazer uma festa junina em casa. Ás vezes, a pessoa que sairia para comprar, não sabe fazer. Então, é uma oportunidade de comer comidas tipicamente da época junina”.

Pensando na comodidade

Os empreendedores Rogério Fagundes, Otávio Brandão e Silvânia Brandão criaram em no início do mês de maio, em Montes Claros uma Startup de delivery com o conceito de home box. Tudo começou a frase inspiradora da empreendedora: “Qualquer um pode fazer uma deliciosa vaca atolada, mas nem todos conseguem assegurar que este sabor vai chegar até você”, disse Silvânia

Rogério destaca que tudo começou pensando na comodidade do cliente em não precisar sair para adquirir algo. “Já era uma projeto antigo, mas surgiu a oportunidade agora neste período de pandemia. Apesar de não ser um serviço novo, já existia antes da pandemia, a entrega de caixas com consumíveis é um bom negócio se conservado algumas características. Dentre elas a qualidade dos produtos e das embalagens”, conta.

As embalagens, segundo ele, foi algo pensado para preservar a temperatura e assegurar que o alimento chegue do jeito que o cliente deseja.  “Optamos por entregar o alimento pronto e na temperatura ideal pra consumo, a canjica chega quentinha”, revela.

Novos hábitos

O consultor de marketing do Sebrae Minas, Mateus Martins, destaca que este é o momento das empresas se reinventarem e criarem novos hábitos. A disrupção, criação de novos produtos e a inovação vêm para atingir e satisfazer as novas dores dos clientes que estão em casa.

“O grande entendimento que a gente tem que ter é que esta pandemia trouxe uma necessidade de que olhemos para outros mercados. Faça uma análise, realmente, efetiva de onde o meu cliente está e como posso atingi-lo”, diz.

No entanto, Mateus explica que muitos empresários ainda cometem falhas na hora de ingressarem no meio digital. “Um dos erros que muitos empresários cometem é porque eles querem usá-las como catálogo virtual. Querem só postar produtos, foto de serviços e eles não se relacionam com este cliente, não entendem a importância de, às vezes, dá uma dica; de oferecer um Feliz Aniversário, a comemoração de um casamento, de oferecê-lo um brinde, um cupom de desconto”, destaca.

O consultor diz, ainda, que o consumidor que realizou as primeiras compras durante a pandemia continuará produtos on-line.  Assim, surge necessidade de cada vez mais adquirir habilidades de inserir a empresa no meio digital, de comunicar com o cliente. Um relacionamento que possa estreitar essa relação, esse laço entre empresa, cliente e, consequentemente, fortalecer esse processo de venda e fidelização”, finaliza.

Escrita pelo repórter Gian Marlon