Câmara Fria para destinação adequada de ossos e carcaças recolhidos de açougues será inaugurada em Lontra, no Norte de Minas

Ascom | Codanorte

Nesta quarta-feira (20), será inaugurada uma câmara fria para armazenamento e destinação adequada de ossos e carcaças recolhidos em açougues de 10 municípios. A ação é do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas (CODANORTE).

O local onde a câmara irá funcionar fica na Usina de Triagem e Compostagem, às margens da MG-135, KM 247, em  Lontra, no Norte de Minas.

A ação vai beneficiar 10 municípios do Norte de Minas.
Foto: Ascom | Codanorte

O local vai receber ossos e carcaças recolhidos de açougues de Lontra, Japonvar, São João da Ponte, Ibiracatu, Varzelândia, Patis, Mirabela, Brasília de Minas, Pedras de Maria da Cruz e Januária. Nesse caso, os comerciantes não precisarão arcar com as despesas da coleta e transporte desses materiais, ficando a cargo das prefeituras desses municípios ratear o valor das despesas de logística, recolhimento, armazenamento e transporte desses ossos e carcaças.

A expectativa é que cerca de 50 toneladas por mês serão coletadas, ou seja, cerca de 50 mil quilos. “Os motoristas vão até os açougues dos municípios, coletam o material e levam até a Câmera. A carcaça e a parte branca do gado, por exemplo, são armazenados no container, e assim que der a carga mínima, a empresa recolhe esse material e destina para a fabricação, por exemplo, de farinha de osso e a extração do óleo para a indústria de cosméticos”, explicou a secretária de meio ambiente de Lontra, Jaceane Mendes.

A cidade de Lontra será sede da Câmera Fria. Ainda conforme a secretária, esse era um problema antigo no qual todos os municípios sofrem. “Até então, não tínhamos nada de solução para ofertar aos açougueiros, e, por isso, eles descartavam esses ossos de qualquer jeito, na beira das estradas, nas barrocas, ou no próprio local onde abate o gado. Então, é um avanço muito grande para as cidades que se uniram para dar a destinação adequada para mais um tipo de resíduo”, completou Jaceane.

Estimativas apontam somente 68% do frango, 62% do porco, 54% do boi e 52% da ovelha (ou cabra) são diretamente consumidos pelo homem; o restante é classificado como produtos não comestíveis. “Celebramos mais um passo importante nessa luta pela destinação adequada dos resíduos gerados pela população. Essa inauguração representa um Norte de Minas mais sustentável e ativo nessa parte de gestão de resíduos. Nossa região tem grande produção de carne e esse gargalo preocupava e muito as administrações municipais”, comemorou o coordenador de planejamento do Codanorte, João Ribeiro.

A gerente do Departamento de Saneamento do Codanorte, Patrícia Mendes, pontuou os problemas causados pelo descarte incorreto desses rejeitos de origem animal. “Os resíduos de carcaças de animais, quando dispostos de forma inadequada, geram impactos negativos ao ambiente, como: poluição ambiental, proliferação de vetores, contaminação dos córregos e rios, dos solos. Os resíduos quando destinados para uma empresa licenciada esta contribuindo para um meio ambiente equilibrado e sustentável, além de melhorar a qualidade de vida da população”.

Reciclagem de ossos de animais

Compostos orgânicos ricos em cálcio e fósforo, os ossos são usados na produção de farinhas voltadas à alimentação de animais e aves. O resíduo é cozido a alta temperatura no digestor industrial, moído e transformado em farinha. O produto, então, é combinado a outras matérias-primas que complementam as necessidades nutritivas da ração.
Uma vez calcinados, os ossos transformam-se em matéria-prima para a produção de porcelana, cerâmica, refinação de prata e fusão do cobre. Em usina de açúcar, utiliza-se o carvão de osso para alvejar e refinar o açúcar. O cálcio presente na farinha de ossos faz com que ela também possa ser usada em correção de solos, mas este uso depende de outras intervenções para dar ao cálcio reciclado a solubilidade necessária à sua absorção pelas terras tratadas.