Coluna Sal da Terra: Salinas; 136 anos de vida e histórias

Minha coluna de hoje é uma homenagem à cidade de Salinas, nos seus 136 de vida e de historias.

O aniversário da minha cidade natal é sempre um dos dias mais especiais do ano.

É um momento para celebrar a história, as obras, os marcos e as pessoas que tornam este lugar em que nasci, cresci e vivo tão único e especial.

Carrego Salinas na minha certidão de nascimento.

… Salinas, doce terapia,
fonte das minhas poesias,
terra minha,
berço meu.

Aqui nasceu meus amores,
seu arco íris tem mil cores,
seu SAL me envolveu.

Salinas é a mãe de todas minhas poesias e histórias.

Quando estou a escrever sobre Salinas, procuro ficar encantado logo no princípio, percebo está aqui aquilo que eu quero, uma espécie de visão poética do mundo.

Esse sentimento é o que me traz esse encantamento, que me transporta para aquilo que foi o nascimento da literatura dentro de mim, quando eu ainda era um menino longe de ter a possibilidade de escrever um livro.

Minhas histórias se desenvolvem a partir das minhas memórias sobre Salinas: aqui me transformei num poeta e contador de histórias e aprendi desde cedo a dialogar com a oralidade da nossa cidade.

Ela foi o pilar, o fundamento, ela me ensinou coisas que só a poesia pode ensinar porque não era exatamente o que escrevia, mas a maneira como vivia, enfrentava o mundo, me ensinava a ver aquilo que não era diretamente visível.

Salinas é cortada por um RIO, desde cedo aprendemos a construir pontes num ambiente com pensamentos divergentes, e isso vem da vontade de cada um de se reunir entre iguais e diferentes.

Desde criança queria fazer poesia, e fui descobrindo que um poeta não é como uma margem que existe de um lado ou de outro do RIO. O poeta é uma ponte que liga as diversas margens.

Tive um desejo em redigir uma coluna que retomasse à minha terra natal, sobretudo da época de minha infância.

Foi um tempo encantado em que eu fui imensamente feliz, um tempo infinito, eu ainda moro lá.

É como se eu percebesse que, para voltar a nascer, eu precisava voltar lá naquela cidade da minha infância, e esse era o meu lugar de eterno renascimento.

Mas o melhor de tudo é a sensação de pertencimento, de fazer parte de uma comunidade e uma história.

É um momento para refletir sobre o progresso já alcançado, mas também para pensar no futuro e nas coisas que ainda podemos melhorar.

Em resumo, o aniversário da minha cidade natal é uma ocasião única para celebrar a vida, as pessoas e os lugares que nos fazem sentir em casa.

Kinca Dias, prefeito de Salinas