A ostentação ignora a matemática

 

Entender a mente do cliente/consumidor não é tarefa para marcas amadoras, no entanto a cada dia torna-se mais necessário diante de uma massa disposta a ostentar. Disposta ou quase que obrigada a ostentar?

Tecnicamente, ainda que pareça equivocada, a resposta é: obrigada, pois, caso contrário aquele que ousar a não aderir, significa que não é ave da mesma plumagem, não se enturma, está fora da roda.

As marcas que influenciam o comportamento alcançaram um feito quase inimaginável. As marcas e seus produtos incríveis se apropriam e empoderam o seu público, elas oferecem segurança, fazem escola, funcionam como uma religião – a turma tem fé, realmente acredita e defende a sua marca, o seu produto/serviço do coração.

E não adianta chiar, nesta relação, as marcas estão quilômetros à frente, trouxeram para o seu laboratório o neuromarketing, ferramenta capaz de entender a mente do cliente/consumidor, aguçar o seu desejo e fidelizá-lo, em um patamar muitas vezes fora de seu orçamento.

Várias marcas já entenderam que elas são o fio condutor que transporta o seu cliente aquilo que ele deseja ser. Elas sabem que o cliente não mede consequências para realizar o seu desejo.

O velho e bom posicionamento de marca que por muito tempo trabalhava mais com a razão (preço, custo/benefício) e sentimento (apreço, proximidade), tem agora como carro chefe a ostentação.

E isso é bom ou ruim? Isso é ótimo, mas poderia ser excepcional se a relação marca x consumidor não fosse tão discrepante, isto é, o Poder de Compra do consumidor está aquém do seu desejo, criado pelas marcas. E nessa nessa relação as marcas estão olhando de cima pra baixo.

Nem ouse pensar que você esteja fora desse novo modelo de consumo, não importa a sua classe social, mas você joga no time e é titular.

O jovem assalariado, por exemplo, qual a marca de cerveja que ele defende e que lhe dá segurança, não importa se cada garraga leva 1/3 de um dia de seu trabalho, mas só serve a que lhe dar poder? Qual aparelho de telefone ele não tem receio de colocá-lo na mesa, não importa se foi parcelado em 20 vezes, pagando com a mesada do pai ou o Bolsa Família do governo? 

Você, mulher se sente segura para ir a uma noite de gala sem o perfume da sua marca preferida, ou sem a maquiagem de sua preferência, sem o shampoo que te empodera? Estamos falando de produtos que não carregam uma etiqueta, mas ainda assim transmitem segurança e a dama acredita, bota fé. E o vestido? o sapato? As joias?

Não são só as mulheres e a juventude, esse fenômeno alcançou também o público masculino, e se manifesta em várias situações, carro, fazenda ou mesmo na ocasião da casa de veraneio à beira da piscina, na área gourmet em meio aos selecionados amigos, quando é  preparado um prato, onde o anfitrião exibe suas “habilidades” com vestes de chef de cozinha.

Bem, a dica está aí, prepare a sua marca, faça com que ela influencie comportamento. Faça valer o comportamento social atual.