As redes sociais e o poder das fake news nas eleições presidenciais

Imagem: Internet/infomoney

Uma eleição marcada por situações inéditas, falas, propostas aleatórias e narrativas desconstrutivas que levam a população de todo o país a se dividir entre lulistas, bolsonaristas e aqueles indignados com a situação política do pais que se abstêm de votar, de um lado, uns se dizem democratas liberais e do outro patriotas conservadores e as opiniões se divergem e o país se movimenta em torno de um pleito atípico, ofensas, agressões verbais (pessoais),  fake news, discursos de ódio e uma polarização nociva onde a população se torna torcedores/partidários frenéticos como nos campeonatos de futebol.

Cerca de 10 dias das eleições, os comandos das duas campanhas fortalecem seus esquemas nas redes sociais, onde o óbvio duelo de rejeições nunca foi tão claro e tende a ficar ainda pior com a sempre danosa ação das fake news, que está piorando nesse segundo turno, as pesquisas ilustram esse momento eleitoral como a Quaest acaba de fazer mostrando que cerca de 41% dos eleitores do Ex-presidente Lula, usarão seu voto mais para tirar Bolsonaro do poder do que para eleger o seu candidato, que vem se atrapalhando com a questão econômica e o fato de não revelar quem seria seu possível ministro da economia, o que o faz perder credibilidade nos debates, enquanto o principal objetivo de cerca de 48% dos eleitores bolsonaristas é impedir a volta de Lula ao poder, dando assim razão aos analistas franceses que costumam dizer que em uma disputa final como essa, não é propriamente o candidato eleito quem ganha e sim o adversário que perde, ou seja para esses eleitores não se trata de escolher o melhor, mas evitar o pior, como no futebol.

Nesse tempo curto, isso poderia até ser atenuado por uma desejável embora pouco provável ofensiva de ideias e soluções programáticas que é o que mais falta nessa campanha, onde os candidatos se ocupam em apontar o que o outro tem de pior se esquecendo do importante fato de que o que está em jogo é a saúde, a massacrada economia, os nossos valores e as questões ainda essenciais como meio ambiente, políticas de preços de combustíveis, obras estruturantes e o futuro da educação do país que precisa de atenção constante, mas isso está em segundo plano enquanto os candidatos se adjetivam como ex-presidiário, ladrão e de outro lado genocida, homofóbico e outros apelidos que são alimentados por uma enxurrada de notícias falsas, mentiras e ofensas, que de certo modo promovem uma desorganização da política em nível nacional e o eleitor, se vê obrigado a escolher o menos pior.

Além de todo esse contexto emblemático, os institutos de pesquisas desmoralizados diante de sucessivos erros ao que tudo indica tendenciosos, levando a população a desacreditar nos números, um fato curioso nessas eleições é que os meios de comunicação, figuras públicas e até os próprios candidatos estão vivendo algo também inédito o que talvez podemos chamar de “censura democrática”, onde poderes como o TSE e STF, limitam falas entre meios de comunicação e candidatos como em tempos de ditadura, ou nos países governados por partidos de esquerda, como por exemplo o caso do ex-presidente Lula (PT) que foi condenado pela operação Lava jato e cumpriu pena na Polícia Federal em Curitiba, mas não pode ser chamado de ex-presidiário nas rádios e nem pelo seu adversário o então Presidente Jair Bolsonaro (PL) candidato à reeleição.

Apelidado pelos seguidores de Lula como genocida, mas até então isso não foi proibido pelos poderes citados. O que tudo isso nos mostra é que estamos vivendo um momento histórico para o nosso país e cabe a cada eleitor um momento de reflexão, pois, o que está em jogo é a nossa liberdade, os nossos valores, os direitos e as demandas essenciais de cada setor e o nosso futuro, mas acima de tudo o Brasil.