Obesidade infantil! De quem é a culpa?

A obesidade é uma doença crônica, decorrente do excesso de tecido adiposo no organismo, e associa-se a morbidades (hipertensão arterial, dislipidemia, intolerância à glicose, esteatose hepática) em curto e longo prazo. Cerca de 60% da população adulta no Brasil apresenta sobrepeso e obesidade. Na faixa etária pediátrica, o excesso de peso atinge 15% das crianças menores de 2 anos, 12% daquelas entre 2 e 5 anos e 25% daqueles entre 5 a 10 anos. Entre adolescentes essa prevalência chega a 30%. Porem, o número está aumento entre as crianças brasileiras.

Recordo com clareza da alimentação saudável que meus pais ofereciam, até mesmo porque, naquela época alguns alimentos eram de alto custo para algumas famílias, refrigerante, por exemplo, era raramente degustado na mesa, sempre tínhamos sucos naturais ou água.

Com uma criação caseira, tive um atraso para começar a consumir hamburguês, bolachas recheadas, sorvetes, pizzas e doces. Alimentos hoje encontrados com muitíssima facilidade,  as refeições das escolas também eram mais saudáveis, mas com a modernidade e a globalização alimentar, nosso estilo de vida foi se adaptando facilmente aos  fast food. Hoje, as crianças levam seu próprio dinheiro para comprar o que for do agrado durante o recreio, e as lancheiras estão recheados de alimentos prontos e cheios de conservantes e gorduras, tudo em nome da praticidade. Só que tanta praticidade vem  com ela os efeitos colaterais, crianças obesas e depressivas, sofrendo desde novas com a balança.

Certa vez, uma mãe veio me questionar o porquê o filho não perdia peso, pois, fazia futebol e judô, perguntei para ela quem fazia a feira da casa, e ela respondeu: Eu! Não demorei em retrucar dizendo, que a culpa da obesidade do filho era dela.

O que os pais e responsáveis tem que compreender, é que a criança não trabalha, ela não tem dinheiro e nem autoridade para ir sozinha ao supermercado, isso é responsabilidade do adulto. Com o ganho de peso os pais  sobrecarregam os filhos com várias atividades na esperança que ela vá perder peso, isso é covardia, ate mesmo porque todos sabem que a dieta é a chave para emagrecer e a atividade física vai te manter magro.

Porem, hoje os responsáveis está transferindo toda a responsabilidade para terceiros, com; escolas, professores de educação física e  técnicos.

 Quando vão assumir a responsabilidade de criar bem os seus filhos pais? Isso inclui também uma boa alimentação, sem excessos de conservantes, gorduras, doces e farinhas de má qualidade. E não venha me dizer que comer saudável é caro, pois o que você irá gastar tratando da doença será muito maior.

Não estou aqui para taxar o que deve não deva comer, porem tudo tem seu tempo para ser consumido. Já presenciei uma mãe na praia colocando refrigerante em uma mamadeira, sacudindo para tirar o gás e oferecendo para uma criança de dois anos, qual a necessidade disso? Ofereça água. Tudo tem seu tempo certo. Ela irá crescer e com uma boa orientação vai saber escolher, mas não seja você o primeiro a colocar coisas ruins na boca do teu filho. Comer um brigadeiro, chocolate de qualidade ou qualquer outro alimento de desejo, de vez em quando, não é o problema, desde que isso não se torne um hábito comum. Deixar frutas à disposição e ao alcance da criança é uma ótima maneira para incentivar a alimentação saudável.

E logo depois da obesidade, seu filho ficará depressivo, e quando entrar naquela fase de aceitação poderá sofrer frustrações com o corpo e não compreender que tudo aquilo poderia ser evitado. Sabe o que vejo hoje? Muitos pais, tampando o sol com a peneira dizendo: tem que se aceitar, gordofobia é crime, porem crime maior é você matar seu filho lentamente com uma má alimentação. Não estou defendendo as piadas de mau gosto ou algo do tipo, até mesmo porque esse tipo de pessoa não irá deixar de existir, mas a obesidade pode, sim, ser evitada. Cuidar da saúde significa amor- próprio e cuidar das crianças é obrigação de todos.

Não deixe chegar ao extremo para começar a cuidar e educar seu filho a se alimentar bem e escolher os bons alimentos.

Jamais serei a favor de propagandas que apoiam a obesidade, exatamente porque sei que obesidade não é saúde e como a desnutrição também não.

Aceitar o formato do corpo é algo totalmente diferente de aceitar o excesso de gordura de existe nele.

Incentive o seu filho a comer bem e fazer boas escolhas alimentares, prova de amor maior não existe, pois estará cuidado para que ele viva bem até a velhice.

Lembre-se, não nascemos obesos, nos tornamos, então tem grande chance de mudar tudo.

Cuide agora para não sofrer depois com doenças e problemas psicológicos.

Cuidar nunca foi tão necessário.