Mais que mãe: conheça a história da Fisioterapeuta que cuida do seu filho e dezenas de crianças autistas

Carline e Cadu

Segundo o dicionário online de português a palavra MÃE é um substantivo feminino, Aquela que gerou, deu à luz e criou um ou mais filhos. Aquela que criou uma ou mais crianças, embora não tenha relação biológica com ela. Mulher em relação aos seus filhos: o amor da minha mãe por mim é o maior do mundo

Neste dia das mães o Portal Web Terra vai contar a história de uma mãe e Fisioterapeuta infantil, Terapeuta Dir/ Floortime, Terapeuta Padovan de RNF e Psicomotricista que é natural de Montes Claros que tem um trabalho de extrema importância com crianças autistas na cidade.

Carline Nogueira é mãe, esposa e filha; mulher empreendedora, que luta pelo que quer e  que não aceita injustiças!  A Fisioterapeuta gosto de estar sempre à frente de projetos inovadores para promover melhorias em sua área de atuação e para a sociedade!

“Sou uma pessoa simples, mas cheia de sonhos! Gosto de ajudar as pessoas e procuro realizar um trabalho diferenciado com qualidade, ética e amor”.

Para você leitor entender a história, Carline é Mãe do CADU (um garoto esperto e cheio de energia),  e antes de dar a luz ela não conhecia o mundo do TEA (transtorno do espectro do autismo). A Fisioterapeuta diz que o autismo nunca foi problema para ela e a mesma descobriu o diagnóstico do seu filho.

“Eu não passei pelo luto, fui  direto a luta, e essa luta me fez estudar cada vez mais. Estudar, me capacitar e me tornar uma profissional referência na minha área de atuação; sou feliz porque o autismo me transformou”.

Carline se especializou  nos impactos sensório motores no TEA e se tornou especialista em desenvolvimento infantil.  Atualmente ajuda também profissionais através de cursos, palestras e lives.

Ela relatou em entrevista que antes de descobrir que tinha um filho autista, muitas pessoas falavam que tudo aquilo era coisa da própria imaginação de Carline; mas ela como mãe e profissional sabia que algo ali estava diferente, e foi assim que procurou ajuda  de médicos de São Paulo, trouxe eles para a cidade e conseguiu diagnosticar e capacitar muitos profissionais da cidade.

AUTISMO NO BRASIL

Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) mostram que o Brasil realizou, em 2021, 9,6 milhões de atendimentos em ambulatórios, a pessoas com autismo, sendo 4,1 milhões ao público infantil com até 9 anos de idade. Segundo o Ministério da Saúde o  Brasil conta com 282 Centros de Atenção Psicossocial infantil (CAPS iJ), 47 oficinas ortopédicas disponíveis e 2.795 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que realizaram 10,8 mil atendimentos a pessoas com autismo em 2021. As avaliações multiprofissionais são realizadas por uma equipe composta por médico psiquiatra ou neurologista e profissionais da área de reabilitação.

SOBRE O CUIDADO

Carline diz que seu trabalho é focado na qualidade, mas sobretudo no vínculo (AMOR). Ela conta que  enxergava muitas coisas que considerava estarem erradas quando seu filho fazia o tratamento (antes de se tornar profissional).

“Quando decidi atender na área pensei, eu quero um tratamento diferenciado para essas famílias; quero tudo o que não tive a oportunidade de ter”.

A especialista criou um slogan:  COMO ATUAR DE FORMA AFETIVA E EFETIVA NO AUTISMO.  E relata que não basta só conhecimento , é preciso amor, e não basta só amor, é preciso conhecimento!

E quanto as mães das crianças que a Fisioterapeuta atende, como é o dia a dia  delas e  o relacionamento com o tratamento. Sobre isso, Carline diz que,  é preciso pensar nas mães dos autistas!

“Eu não tive nenhum problema com o diagnóstico, mas a maioria tem, não é fácil,  é preciso pensar na saúde mental”.

A especialista conta que a mãe de uma criança autista é exposta a uma sobrecarga diária. E muitas não tem rede de apoio, o preconceito existe e  ainda  falta profissionais capacitados, e as terapias tem um elevado custo. Para ela ainda mais políticas e uma rede de apoio maior, junto com sensibilidade e empatia.

Carline diz que a decisão de se especializar se baseou também  nos baixos resultados que seu filho estava enfrentando no tratamento, e que Cadu só falou aos 6 anos de idade. Hoje ajuda muitas famílias com a sua experiência.

MÃE x PROFISSIONAL

Como mãe, apesar de todo conhecimento e desprendimento, também tenho minhas lutas. O preconceito, as sobrecargas diárias, a falta de rede de apoio, a correria com terapias. Muitas vezes não tenho com quem deixar meu filho para ir ao salão, por exemplo.

Como profissional vejo ainda a falta de um trabalho em equipe que foque na criança (indivíduo). Os profissionais (salvo excessões) são cheios de egos e vaidades. Precisamos verdadeiramente despir de vaidades e pensar na criança para eleger prioridades e para que essa criança se desenvolva! Atualmente estou com um novo projeto que é a academia FitPark e clínica desenvolva-se onde tenho uma equipe interdisciplinar. Esse é o meu propósito nesse projeto!

Carline Nogueira diz que para ela ser mãe é se reinventar a cada dia! Mãe, independente de diagnóstico, é amor, perdão, acertar, errar, agradecer, lutar! Ser mãe de autista é viver com medo do futuro ( o que vai ser do meu filho quando eu não estiver aqui? ) É amar sem ouvir eu te amo, é se perdoar por aquilo que não pode fazer pelo filho, é lutar incansavelmente contra o preconceito e indiferenças! Ser mãe de autista é aprender a cada dia o verdadeiro significado do amor..