Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação.
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação.

Gosto de brincar com a escrita, meus textos tem essa relação de fronteira mal desenhada entre o que é real e o que é ficcional, e é bom brincar com isso.

Estou convidando o leitor a brincar neste universo que não sabe o que é real e ficcional.

Vou evocando conhecimentos da minha formação acadêmica, principalmente da geografia, onde uso das metáforas e reflito muito sobre o conceito de fronteira, e a postura humana em relação ao diferente.

Eu acho que tudo o que eu faço na escrita é quase um milagre, principalmente tendo o pé no regional, e, ao mesmo tempo, debruçando sobre os grandes temas do mundo, as grandes interrogações da humanidade, no caso deste texto, falando sobre separatividade, por meio de uma linguagem mais poética.

Fronteiras, são tão presentes nas nossas vidas, quando se debate o papel de cada município para definir a área de atuação de determinados órgãos de governos.

Este vídeo mostra a fronteira ou grande divisor geográfico entre os Vales Jequitinhonha e Vale do São Francisco, única cordilheira do Brasil, a Serra Geral de Minas, a partir do chamado Espinhaço Setentrional, é o foco da minha escrita.

Durante minha visitação por alguns dos municípios do Norte de Minas que integram a Serra Geral, especialmente Espinosa, Porteirinha, Rio Pardo de Minas, Monte Azul, Mamonas, Mato Verde.

Aqui estou no município de Mato Verde, demarcado pela Serra Geral, e vemos aumentar e demarcar o diferente.

Acredito, que a poesia e a escrita não tem fronteiras, por isso escrevo.

Foram feitas para superar limites, para realizar através do sonho, da fantasia, da ficção visitar o impossível, ou o possível que é a fonte criadora de tudo isso.

Parece que no mundo as coisas nascem para se vestir de fronteiras.

A verdade é esta: a vida tem fome de fronteiras. É assim que se passa.

Um caso de separatividade ou de fronteiras é a atual polarização da sociedade brasileira. Para mim, essa divisão não ajuda o Brasil, como não ajudou outros lugares do mundo.

Lamento que os brasileiros estejam divididos e sente saudades do país solidário de antes.

O Brasil está triste, está adoecido. Tenho saudades do Brasil que festejava a vida.

Outro caso notável na construção de fronteiras acontece no mundo, como exemplo a Síria: 10 anos de crise.
Uma década de sofrimento, famílias separadas e crianças sem lares. A crise forçou o deslocamento de milhões de crianças, mulheres e homens refugiados.

Nos últimos 10 anos a crise forçou o deslocamento de milhões de crianças, fazendo com que uma geração inteira perdesse o direito à infância.

Usando a lógica da diversidade, seria interessante construírmos a não divisão, não o muro, mas as pontes.

E erguemos muros como se fôssemos cegos.

De um e do outro lado há sempre algo que sofre ou morre incentivado pelo espírito divisor.