Requeijão moreno de Porteirinha ganha ouro na Expoqueijo Brasil

Imagem: Emater/Divulgação

O requeijão moreno produzido por Everson Pereira, também conhecido pelo apelido de Toko, em Porteirinha, no Norte de Minas, está entre os queijos mais saborosos do mundo. A chancela foi dada pelos jurados do concurso mundial do queijo, que ocorreu entre os dias 5 e 6/11, o International Cheese Awards, realizado durante a Expoqueijo Brasil 2021, em Araxá, no Triângulo Mineiro. O Requeijão Moreno Toko conquistou medalha de ouro, na categoria Massa Fundida. A produção conta com apoio da Emater-MG

O produtor comemora o prêmio e viu na conquista mais uma oportunidade de valorizar seu produto, fabricado há oito anos em uma agroindústria de pequeno porte que ele mantém em sua propriedade rural, a três quilômetros do centro urbano de Porteirinha. “Não tenho nem palavras para descrever. É muito bom receber o ouro, ser premiado num concurso internacional, onde têm vários países participando e você está entre os melhores. É um reconhecimento da qualidade do meu requeijão, que foi degustado e aprovado por mestres queijeiros”, destaca

Everson Pereira é atendido e acompanhado pela Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), desde que resolveu a se dedicar à atividade, resgatando um ofício dos bisavós maternos, que, segundo ele, já fabricavam requeijão moreno. A confecção do produto é a realização de um sonho dele e da esposa Mirani Pereira, já que a queijaria conta apenas com a mão de obra do casal.

“Há muito tempo atrás meus bisavós produziam e a gente sempre sonhou resgatar essa cultura. O requeijão moreno é um produto típico na nossa região, do Norte. Minha esposa e eu trabalhamos numa fábrica de requeijão e foi lá que aprendemos a produzir. Então, com muitas dificuldades, conseguimos abrir uma queijaria nossa. Fizemos um bom requeijão, o melhor do mundo”, constata, orgulhoso.

Modo de produção

O requeijão moreno é um tipo de queijo artesanal feito a partir de leite cru coagulado naturalmente. É obtido da fusão de creme de leite com massa de coalhada sem soro e lavada. Nos meios técnicos, é considerado um queijo de massa fundida.

De consistência firme ou de corte, é comercializado em barras. Como o próprio nome sugere, o requeijão moreno é amarronzado, com tonalidade que pode variar de mais clara a escura, dependendo do tempo de cozimento ou fritura do creme de leite usado para dar o acabamento final.

No momento, o requeijão moreno de Everson é comercializado em Montes Claros, Americana, Janaúba, Porteirinha e Belo Horizonte. Mas Toko sonha alto e quer colocar seu produto em todo o mercado brasileiro. Para isso, está em processo de adequação da queijaria para receber o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). Para alcançar esse sonho, Toko conta com o suporte constante da Emater-MG.

“O Everson tem um cadastro provisório junto ao IMA, por possuir instalações e equipamentos mínimos que permitem fabricar o requeijão em condições higiênico-sanitárias e que garantem a produção de um alimento seguro. Ao final de dois anos, se ele fizer tudo de acordo com o que a legislação exige, obterá o registro definitivo da agroindústria, o Sisbi. Isso vai abrir portas comerciais para o Toko vender o seu requeijão moreno em todo país”, explica a assessora técnica de Agroindústria de Leite e Derivados da Emater-MG, Marciana de Souza Lima.

Regiões produtoras

A fabricação do requeijão moreno é uma tradição na região Norte mineira, principalmente em municípios da microrregião da Serra Geral. Também é muito produzido em municípios do Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha, no Nordeste do estado.

“Mesmo sendo o requeijão moreno um tipo de queijo artesanal, classificado como um queijo de massa fundida, feito de leite cru, coagulado naturalmente, ainda não existe uma região produtora caracterizada e reconhecida oficialmente pelo Estado, como já existe com alguns queijos artesanais de Minas”, esclarece Marciana Lima. Ela destaca que futuramente pode ser feito um estudo, reconhecendo a natureza artesanal do produto e as características das regiões produtoras.

O requeijão moreno é considerado um alimento rico por seu valor nutricional, cultural e gastronômico, sendo muito apreciado com um bom cafezinho nas regiões produtoras.

[Com informações de Agência Minas]