Byte Papo: os benefícios de transformar sua residência em uma “casa inteligente”

Quando era pequeno, assistia um seriado humorístico que, acredito eu, muitos dos mais jovens já não sabem mais do que se trata: o Mr. Bean. De humor simples e ingênuo, a personagem tinha, dentre suas características, formas pouco ortodoxas de resolver os problemas mais simples do dia-a-dia.

Num dos episódios, me lembro que o Mr. Bean tentava dormir satisfatoriamente em um ambiente completamente insano: cachorros latindo do lado de fora, travesseiro desconfortável… E uma lâmpada ligada, que atrapalhava o sono. A solução que a personagem dispôs para resolver o problema? Sacar um revólver da gaveta, para desligar a luz com um tiro – em plena noite enluarada. Nada comum.

Mr. Bean prefere apagar uma lâmpada com um tirambaço, do que precisar levantar pra desligar (Foto: Reprodução)

 

Pode parecer estranho hoje em dia, mas antigamente era preciso se aproximar dos aparelhos para fazê-los funcionar ou desligar. A TV, na minha infância, tinha um seletor de canais na própria televisão que, ao ser girado, mostrava os poucos canais que pegavam relativamente bem. Mas era preciso se levantar para mudar o canal – nada de controle remoto no celular, como vemos atualmente.

Essa realidade já está, há um bom tempo, com os dias contados. O responsável é o conceito atual de “Casa Inteligente” que, consolidado em outros países, começa a ganhar o Brasil. As tais casas conectadas, utilizam a internet para automatizar os mais diversos recursos de uma residência, como apagar ou acender luzes apenas com sensor de movimento (sem precisar de um revólver, como o Mr. Bean), e até configurar ações de acordo com horário, localização dos moradores e mais – tudo em prol do conforto e da segurança.

A impressão é a de que chegamos na era de “Os Jetsons”: desenho futurista onde tudo era automatizado e que previu, décadas atrás, a criação do tablet (Foto: Reprodução)

Pensando nisso, dois empresários de Montes Claros – MG reuniram esforços e fundaram a Life Automação Residencial: empresa criada em 2014 com objetivo de trazer essa comodidade e segurança aos lares por meio da tecnologia. Criada por Wendell Brito Mineiro e Fernando Guilherme Veloso, a Life trabalha nas áreas de áudio e vídeo, segurança, rede de dados (wi-fi e cabeceada), aspiração central e toda parte de automação.

Conforme informou ao Byte Papo,  Wendell Brito diz que a Casa Inteligente veio para facilitar a vida dos moradores: “temos clientes que queriam apenas que as luzes dos jardins se acendessem automaticamente ao escurecer, outros que querem ligar o ar-condicionado antes mesmo de chegar em casa. Tem ainda aqueles que, ao darem o comando de voz para ligar os equipamentos para assistir seu filme ou série preferida, a cortina já deve se fechar, o ar-condicionado já ligar na temperatura determinada e a pipoca já deve ser preparada na pipoqueira, tudo em favor da comodidade”.

Wendell Brito e Fernando Veloso apostam na tecnologia para uma vida em casa com mais segurança e comodidade (Foto: Life Automação Residencial)

A nova tecnologia pode proporcionar não apenas conforto aos moradores em situações simples, como também Segurança. É possível, por exemplo, deixar sua casa simulando presença se você for viajar. Lâmpadas que ascendem e apagam em horários diferentes a cada dia, cortinas que abrem e fecham de forma aleatória, e até o monitoramento com mensagens que podem ser enviadas ao seu smartphone mediante algum evento (como “Porta da sala aberta”, por exemplo) são alguns dos atrativos para tempos tão difíceis. Se a casa possuir câmeras, outra vantagem: é possível acessar o conteúdo das imagens de qualquer lugar do mundo.

Outro fator importante ao se pensar em investir em uma Casa Inteligente é a economia. “Além da possibilidade de monitorar o consumo de energia,  pode-se economizar, por exemplo, ao desligar uma lâmpada automaticamente se não há ninguém em um cômodo, ou até ao não permitir que a grama seja molhada se houver humidade no solo ou se houver chuva (em sistemas mais inteligentes, até se houver previsão, o equipamento identifica e faz com que se economize a água). Até ao identificar um vazamento de água numa determinada área, o sistema pode informar ao morador”, conclui Wendell.

Os valores para se investir em uma casa high-tech podem variar, já que as necessidades são individuais. Wendell Brito traz a dica: “O que recomendo é pensar o seguinte: o que gosto de fazer quando estou em casa? Como aproveitar melhor esse momento? O que seria bom se eu não tivesse que fazer para ter mais tempo para mim e para minha família? Assim você terá um norte para começar a trabalhar com automação em sua casa. É preciso, ainda, de um profissional especializado para instalação e configuração – isso garante a vantagem de ter menos dor de cabeça e problemas futuros”, diz.

Desta forma, fica difícil não imaginar que estamos na era de “Os Jetsons”. Baseado em uma família futurista do ano de 2062, o desenho de 1962 contava com pessoas que viviam em meio a um grande avanço tecnológico. E já que em pleno 2021 convivemos com fechaduras digitais que se abrem com um simples toque, painéis solares que convertem a luz do sol em energia ou até recursos de reaproveitamento de água, não é loucura esperar chegar 2062 para vivermos em meio a robôs ou carros voadores. Ao menos o desenho acertou, ainda na década de 1960, a criação de Tablets, Smartwatches, chamadas de vídeo, TVs com tela plana, robôs que limpam a casa e assistente virtual com comandos de voz. O futuro é, de fato, agora.